Benndorf

Sanepar: estrela da Bolsa ou armadilha?

13 mar 2017, 18:10 - atualizado em 05 nov 2017, 14:06

agepar

Um tombo de quase 18% na semana passada acendeu um sinal de alerta para os investidores da Sanepar. Acostumado com um desempenho brilhante após o “re-IPO” em dezembro passado, quando as ações foram vendidas a R$ 9,50, agora o mercado se questiona se o ritmo de valorização é sustentável.

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A queda dos papéis aconteceu após a principal expectativa por trás da alta de 42% – até a quarta-feira (8) – não se concretizar da maneira esperada. Esperava-se que a Agepar (Agência Reguladora do Paraná) concedesse um reajuste tarifário para a companhia em um processo de quatro anos. E isso não aconteceu.

Armadilha

“A Agepar, cumprindo seu papel de Agência Reguladora está propondo que este reajuste seja diferido em dois ciclos de Revisão ou seja, em 8 anos, principalmente em função do momento em que vivemos, ou seja, de retração da economia e desemprego”, avaliou o diretor presidente da Agepar, Cezar Silvestri.

Além disso, o aumento previsto de 25,6% terá um cronograma de implementação lento e o primeiro será de apenas 5,7%. Isso reacendeu o medo de risco político, sempre presente nas empresas ligadas às concessões públicas no estado.

“A frustração dos investidores deve ir além do efeito financeiro negativo do novo cronograma de reajuste de tarifa (por exemplo, o mercado pode assumir um custo de capital muito maior no futuro), e a Sanepar pode ser considerada uma armadilha de valor, assim como sua empresa-irmã, a Copel”, destacam os analistas do Itaú BBA Pedro Manfredini e Raul Cavendish.

Ações

Ainda assim, o Itaú BBA chama a atenção para a atratividade das ações no patamar atual. Segundo eles, o impacto negativo da nova tarifa está limitado a 7% do valor de mercado, o que teria apenas um efeito marginal sobre o preço-alvo.

“Consideramos os números regulatórios preliminares em nossas estimativas, que, de forma autônoma, teriam impacto positivo no nosso preço-alvo por terem superado as expectativas. No entanto, aumentamos nosso custo de capital em 100 pontos-base, de 13,5% para 14,5%, após o anúncio de um cronograma de diferimento de tarifa de oito anos, o que gerou um novo preço-alvo para o fim de 2017, de R$ 19 por ação, frente à nossa estimativa anterior de R$ 20 por ação”, explicam.

O analista técnico Victor Benndorf recomenda não ter pressa para entrar no papel pois a “porrada” desta semana pode trazer uma volatilidade ”indesejável”. “Como muitas casas recomendaram compra nas máximas do papel, muitos investidores devem estar empatados e acumulando perdas agressivas, dessa maneira esperamos um volume de venda repentino na medida em que o papel abre espaço para os investidores zerar ou reduzir suas perdas – psicologia básica de movimentação de preços”.

Segundo ele, para aqueles que desejam fazer posição, o patamar atual é atrativo, mas apenas com compras leves acima de R$10,00 e só elevar exposição após confirmação de reversão positiva “afinal não queremos comprar facas caindo”.

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