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Sanepar bateu no fundo do poço; hora de comprar a ação?

14 nov 2021, 17:09 - atualizado em 14 nov 2021, 20:30
Sanepar
Apesar da crise hídrica, pior ficou para trás, diz Inter (Imagem: Divulgação/Sanepar)

A Sanepar (SAPR3) registrou resultados acima das expectativas de analistas no terceiro trimestre. 

Mesmo com a crise hídrica, que assola grande parte do Brasil, a companhia de saneamento do Paraná entregou um lucro líquido de R$ 267 milhões, alta de 62,4% no ano e 55% acima do consenso do mercado. 

O Inter Research sustenta que a Sanepar bateu no fundo do poço e que o pior ficou para trás. O analista Rafael Winalda lembra que, apesar da Região Sul não possuir uma sazonalidade de chuvas bem definida, o terceiro trimestre de cada ano é considerado o mais seco.

“A Sanepar conviveu mais uma vez com um cenário desafiador, marcado por chuvas abaixo da média e reservatórios pressionados”, diz.

Ele ressalta que as precipitações do quarto trimestre tiveram início positivo, com boa recuperação do sistema ante o observado em 2020, ainda que em níveis abaixo de anos anteriores.

“Acreditamos que os níveis dos reservatórios devem se normalizar ao passo que as chuvas retornem às médias históricas e entendemos que a base de ativos da Sanepar ainda está sub-precificada”, completa.

Visão diferente tem o Safra. Para o analista Daniel Travitzk, não há catalisadores que justifiquem a compra da ação da Sanepar no curto prazo. Além disso, a empresa não se livrou completamente da crise hídrica. 

Mesmo assim, ele diz que a companhia oferece um rendimento de dividendos atraente de 8,6% médio para 2021-2022, assumindo uma relação de pagamento de 45%

O Safra possui recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 25,8, enquanto o Inter tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 27.

Números fortes

A XP classificou os números da empresa como positivo, visto que o Ebitda Ajustado, que mede o resultado operacional, do período superou as expectativas.

“Além do bom resultado, daqui para frente nossa principal preocupação continua sendo as condições hídricas pressionadas no estado do Paraná, que acreditamos ser fundamental monitorar”, aponta.

Desde 21 de agosto, um rodízio de 36 / 36h está em funcionamento na região metropolitana de Curitiba.

“Continuamos a acreditar que o risco regulatório persiste, e ainda há incertezas em relação à 2ª e última fase da revisão tarifária”, argumenta.

A Ativa observa que diante da crise hídrica, da retomada de sistema de rodízio mais forte no Paraná e da piora da condição macroeconômica do país, a estabilidade demonstrada pela companhia por meio do registro de positiva evolução das receitas e da redução de custos e despesas operacionais é formidável.

“Ainda assim, o balanço ressalta a importância de continuarmos monitorando seus volumes distribuídos, a dinâmica de seus custos com energia bem como o aumento da inadimplência”, completa.

No fechamento do terceiro trimestre de 2021, o volume dos reservatórios estava em 49,2%, nível superior ao registrado no mesmo período do ano anterior (29,8%).

A receita operacional líquida subiu 13,3% na comparação anual, passando de R$ 1,166 bilhão de julho a setembro de 2020 para R$ 1,321 bilhão neste trimestre.

A geração de caixa operacional foi de R$ 562,3 milhões, aumento de 34,5% ante o mesmo período do ano passado.

A Sanepar informou um crescimento de 2,5% nas ligações de água na comparação anual, chegando a 3,330 milhões, com 82.526 adições.

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