Saneamento: Ação mais barata do setor não é a principal escolha dos analistas; entenda
Nem mesmo os resultados “decentes” da Sanepar (SAPR11) mudaram a percepção dos analistas quanto à ação.
A empresa de saneamento do Paraná reportou lucro líquido de R$ 350 milhões no quarto trimestre de 2022, alta de 5,7% no comparativo anual. Pelas projeções da Bloomberg, o mercado esperava ganhos na ordem de R$ 234 milhões.
De acordo com a companhia, o resultado foi impactado pelo crescimento de 6,7% da receita operacional líquida e pelo aumento do valor das receitas financeiras.
Em relatório, o BTG Pactual pontua que, ao contrário dos últimos trimestres, as pressões inflacionárias sobre os custos diminuíram. Os custos de energia, em especial, recuaram 38% ano a ano, compensando em parte o aumento dos custos de materiais e despesas com pessoal.
“Como resultado, o Ebitda (ex-equivalência patrimonial) foi de R$ 611 milhões, que, ajustado por R$ 88 milhões de multas ambientais não recorrentes e reversão de provisão de R$ 33 milhões, totalizaria R$ 665 milhões (+11% vs. nossas estimativas de R$ 594 milhões e alta de 14% ano a ano)”, destaca o banco, em documento divulgado na última sexta-feira (17).
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SAPR11, SBSP3 ou CSMG3?
Apesar da recepção positiva com o balanço, o BTG segue “neutro” na recomendação de SAPR11.
Segundo a instituição, a Sanepar é o nome mais barato no setor de saneamento, negociando a 0,54 vez EV/RAB (valor da empresa sobre base de ativos regulatórios). O desconto, por sua vez, é explicado pela maior percepção de risco regulatório.
Pesa também a menor probabilidade de privatização em relação às demais estatais.
“Dessa forma, preferimos a Sabesp (SBSP3) e a Copasa (CSMG3), que estão negociando a ainda atraentes 0,76 vez e 0,60 vez EV/RAB, respectivamente, e têm maiores chances de privatização, especialmente com o apoio de seus governadores recém-eleitos Tarcísio de Freitas e Romeu Zema“, comenta o BTG.
No mês passado, o Inter Research revisou os preços-alvo das empresas de saneamento da Bolsa. A mensagem é a mesma: das três, a Sanepar tem as menores chances de entrar em processo de privatização.
“Com a reeleição de Ratinho Júnior, governador do Estado do Paraná, atribuímos um baixíssimo cenário para privatização, uma vez que o mesmo já declarou não ter intenção de alienar a empresa paranaense”, comentou o analista Rafael Winalda, na época da atualização.
Na avaliação do Inter, o cenário de privatização da Sanepar é muito baixo, de 5%, o que explica a recomendação “neutra”.
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Entre Sabesp e Copasa, a probabilidade de privatização é maior para o primeiro nome. O Inter considera chances de 60% para a companhia paulista e 30% para a estatal de Minas Gerais.
A instituição entende que, em caso de privatização, o potencial de valorização para ambas as empresas é grande. No caso da Copasa, a probabilidade de privatização é considerada baixa pela complexidade do processo para “um ativo deste porte”.
O Inter tem classificação de “compra” para a Sabesp e é “neutro” com Copasa.