Taxa Selic

Copom não vê novo ciclo de alta – nem de baixa – para a Selic, diz Samuel Pessôa, da Julius Baer

31 jul 2024, 20:34 - atualizado em 01 ago 2024, 9:02

Para o chefe de pesquisa econômica da Julius Baer Brasil, Samuel Pessôa, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) diz que, se as coisas evoluírem conforme o previsto, a Selic não deve ter um novo ciclo de alta, nem de baixa.

O Banco Central (BC) prevê que, em um cenário em que a taxa seja mantida constante no horizonte relevante, as projeções de inflação para o primeiro trimestre de 2026 situam-se em 3,4% (referência) e 3,2% (alternativo).

Na decisão desta quarta-feira (31), o Copom manteve os juros no patamar de 10,50% ao ano, de olho na desinflação mais lenta, na desancoragem das expectativas de inflação e no cenário global desafiador.

Pessôa ressalta que, na parte qualitativa do comunicado, os diretores foram “bem duros”. Eles adicionaram fatores de risco para a inflação, o que enfatiza os problemas domésticos de expectativas desancoradas e a política fiscal ruim.

“O risco inflacionário está ficando assimétrico”, afirmou na edição especial sobre o Copom do programa Giro do Mercado, do Money Times.

O chefe de pesquisa econômica da Julius Baer reforça que o Copom está vigilante e deve sustentar a Selic constante no patamar de 10,50% ao ano.

O Comitê avaliou, no comunicado, que as conjunturas doméstica e internacional exigem maior cautela na condução da política monetária. “Os impactos inflacionários decorrentes dos movimentos das variáveis de mercado e das expectativas de inflação, caso esses se mostrem persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância”, ressaltam.

Os diretores reforçaram ainda que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno da meta.

O caminho da Selic

A decisão de hoje do Copom foi ao encontro das apostas do mercado, que já estava convencido da manutenção dos juros, após um agravamento da inflação e com a desancoragem das expectativas e o risco fiscal no radar.

A autarquia repetiu o movimento do encontro passado, quando interrompeu o ciclo de flexibilização da política monetária, iniciado em agosto de 2023.

No afrouxamento, houve uma redução de 0,25 ponto porcentual (p.p.) e outras seis de 0,50 p.p.

Antes de iniciar a flexibilização, o BC manteve a Selic em 13,75% por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023. O ciclo de aperto monetário, que precedeu essa pausa, começou em março de 2021 e seguiu por 12 reuniões seguidas.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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