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Saltos de até 500%: O que esperar do balanço do 3T25 das elétricas, segundo Itaú BBA

27 out 2025, 18:53 - atualizado em 27 out 2025, 18:53
Setor Elétrico
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Sistema Interligado Nacional (SIN) somou cerca de 75 GW médios no terceiro trimestre (Imagem: iStock/andreswd)

O balanço das empresas promete ganhar fôlego nas próximas semanas. Entre elas, uma elétrica pode ver o seu lucro disparar nada menos que 500%.

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Em relatório, o Itaú BBA calcula lucro de R$ 616 milhões para a Eneva (ENEV3), empresa que atua na geração de energia, principalmente por meio de termelétricas.

Trata-se de um salto de 499% em relação ao mesmo período do ano passado, quando lucrou R$ 103 milhões.

Os analistas lembram que a prévia operacional do terceiro trimestre já havia registrado aumento significativo do despacho térmico.

O despacho médio total foi de 33%, ante 14% no segundo trimestre, com o complexo Parnaíba atingindo 74%.

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Ainda segundo o BBA, há expectativa de crescimento robusto do Ebitda — indicador que mede o resultado operacional — de aproximadamente 60% na base anual, impulsionado pela incorporação das usinas termelétricas do BTG e pelos altos níveis de despacho.

“Ainda esperamos algumas margens positivas no negócio de comercialização de gás, embora em uma extensão muito menor do que no trimestre anterior”, diz o relatório.

O resultado poderia ser ainda melhor, não fosse o desempenho da usina Futura, impactado pela modulação do corte e pela diferença de preços entre os submercados.

O corte total atingiu aproximadamente 31% da geração total.

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Outras elétricas

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Sistema Interligado Nacional (SIN) somou cerca de 75 GW médios no terceiro trimestre de 2025, queda anual e trimestral de aproximadamente 2%, refletindo um período marcado por clima atípico em boa parte do país.

Ainda de acordo com a agência, a retração foi causada principalmente por dois fatores:

  • temperaturas máximas abaixo da média histórica nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul;
  • chuvas acima da média climatológica nas regiões Nordeste e Norte.

O resultado foi um consumo mais fraco em residências e comércios, especialmente nas áreas urbanas, onde o uso de ar-condicionado e ventiladores tem forte peso na carga elétrica.

Com isso, analistas esperam volumes menores para distribuidoras com atuação concentrada nas regiões mais afetadas, como Energisa (ENGI11), Equatorial (EQTL3) e CPFL Energia (CPFE3).

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“O trimestre foi penalizado por condições climáticas mais brandas, o que reduziu a demanda e tende a impactar as receitas das distribuidoras”, aponta um analista ouvido pelo Money Times.

A expectativa, contudo, é de que o efeito seja pontual, com recuperação gradual da carga no quarto trimestre, acompanhando a normalização das temperaturas e a retomada da atividade industrial.

Qual deve brilhar?

De acordo com o BBA, além da Eneva, a Equatorial será outro destaque positivo.

Segundo os analistas, os volumes faturados (ex-DEG) da companhia podem aumentar aproximadamente 3% em relação ao ano anterior.

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“Destacamos o forte desempenho, especialmente da concessão do Piauí e, em menor grau, da concessão do Maranhão”, afirma o relatório.

No segmento de geração, o Itaú BBA espera que a Echoenergia seja novamente um dos destaques do trimestre, ainda que significativamente afetada pelos cortes, que representaram mais de 30% da geração no período.

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Já no segmento de transmissão, a venda de todo o negócio ainda não impactará os resultados deste trimestre. A transação deverá ser concluída no 4T25.

“No geral, prevemos que o EBITDA recorrente (excluindo a receita de equivalência patrimonial da Sabesp) aumentará em aproximadamente 6% ao ano, mesmo com uma base de comparação forte, já que o 3T24 foi um trimestre muito sólido”.

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Qual ficará apagada?

Já a Cemig (CMIG4) deverá ter um trimestre mais fraco, segundo o BBA.

De acordo com os analistas, os volumes faturados deverão cair 1,5%, queda atribuída à perda de dois grandes clientes.

Além disso, pode haver deterioração nas provisões.

Do lado positivo, as perdas de energia devem permanecer ligeiramente abaixo do nível regulatório.

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No segmento de geração, transmissão e comercialização (G&T), o Itaú prevê pressão sobre o custo da energia comprada, devido ao impacto do GSF neste trimestre.

O banco espera Ebitda de R$ 1,5 bilhão, queda de 4,7%, enquanto o lucro líquido deve despencar 75%, principalmente devido à deterioração das despesas financeiras líquidas e à redução da contribuição do resultado de equivalência patrimonial, sobretudo de Belo Monte.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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