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Saldo negativo: Fundos de pensão perderam R$ 956 milhões com escândalo da Americanas (AMER3)em 2023

25 jan 2024, 9:01 - atualizado em 25 jan 2024, 9:01
americanas - fundos de pensão
(Imagem: Renan Dantas/Money Times)

O escândalo sobre o rombo na  Americanas (AMER3), que está em recuperação judicial, completou um ano este mês. Apesar das coisas estarem caminhando para uma resolução com os credores, muitos setores foram prejudicados por conta da fraude no balanço da companhia. Um deles foram os fundos de pensão do país, que perderam R$ 956 milhões.

O prejuízo foi causado devido a exposição dos fundos à Americanas por meio dos títulos de dívida e/ ou ações da companhia, já que a empresa tinha uma boa reputação.

O órgão do governo federal que supervisiona estes fundo, chamado Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), estima que a perda, no entanto, poderá ser reparada em pelo menos 60% se o cumprimento do plano de recuperação judicial seguir adiante.

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Como anda a recuperação judicial da Americanas?

A Americanas obteve a aprovação dos credores do seu plano de recuperação judicial, que inclui uma injeção de R$ 12 bilhões dos três bilionários e acionistas de referência em dezembro de 2023.

Com as novas adesões, a varejista obtém uma parcela significativamente superior a 60% de sua dívida.

Contudo, mesmo com os desdobramentos dos acordos junto aos credores, a Americanas não conseguiu se recuperar da forte queda das ações desde janeiro do ano passado.

De acordo com o Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, a companhia não achou ainda um ponto de equilíbrio em sua operação para fazer um lucro adequado. Soares diz que “a companhia vem sobrevivendo em cima de aporte, e a gente vê essa solução como muito difícil”.

A busca pelo reequilíbrio financeiro é ainda mais delicada para a Americanas pelo fato de a companhia estar inserida em um setor em que outras companhias, como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), têm dificuldade de ficar no positivo, afirma.

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Em nota enviada ao Money Times, recentemente, a Americanas diz que após o ano mais desafiador de sua história quase centenária, entra em 2024 dando início a uma nova fase.

“A companhia pretende retornar a ser referência em varejo simples, descomplicado e que atende às necessidades das famílias brasileiras”, discorre.

Ainda segundo a companhia, a aprovação da recuperação judicial permitirá a captura plena da transformação prevista no Plano Estratégico da Americanas, assim como sua reconstrução operacional e financeira, com retomada de crescimento e impacto imediato na preservação de milhares de empregos diretos e indiretos gerados em todo o país.

“O objetivo da companhia para os próximos anos é continuar a ser o operador de varejo mais simples e diverso do país, com presença em todo o Brasil, suporte de uma robusta malha logística, um marketplace que privilegia a experiência de consumidores e sellers e o relacionamento próximo com seus milhares de clientes”, discorre.

“Para 2024, a nova Americanas pretende seguir trabalhando incansavelmente no fortalecimento de seu próprio negócio e na construção de uma nova cultura para seus mais de 30 mil colaboradores, absolutamente comprometidos com a retomada de crescimento da companhia, e a satisfação de fornecedores, sellers, credores, investidores e todos os clientes”, completa.