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Saldão: ação da Movida está com desconto de 48%, apontam analistas

31 out 2021, 14:00 - atualizado em 30 out 2021, 16:56
Movida Localiza Unidas
A recomendação do BTG é de compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 25 até o final de 2022, potencial de alta de 68% (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

A ação da Movida (MOVI3), que acumula queda de 26% no ano, está com um desconto de 48% sobre a média do setor de aluguel de carros, calcula o BTG Pactual em relatório enviado a clientes.

Segundo o banco, a companhia negocia com um preço sobre lucro de 11,4 vezes para 2022. Quanto mais baixo o valor, mais barata a ação.

Sobre a métrica de EV/Ebitda (valor de firma sobre resultado operacional), o desconto chega a 33%, projetam os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Bruno Lima e Marcel Zambello.

A recomendação do BTG é de compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 25 até o final de 2022, potencial de alta de 68%.

Resultados

A equipe do BTG classificou o resultado da Movida como “forte”. A receita líquida de R$ 1,6 bilhão, alta de 52%, ficou 5% acima do esperado, com o Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 613 milhões, 13% maior do que o projetado. 

“Indicamos que a base de comparação anual foi poluída pela incorporação da CS Frotas. Excluindo isso, a receita líquida foi de R$ 1,5 bilhão, o Ebitda R$ 556 milhões e o lucro líquido totalizou R$ 237 milhões”, lembram.

As cifras da Movida do terceiro trimestre também vieram acima da expectativa da Ativa Investimentos. O analista Leo Monteiro lembra o bom momento dos seminovos – cujos preços seguem atrativos, permitindo expansão de margens, ainda que a oferta de veículos continue limitada.

Mesmo com a crise no setor automotivo, a receita líquida da operação de aluguel de carros (RAC) cresceu 64,2% sustentada pelo aumento de frota em mais de 11 mil veículos.

A receita de GTF, ou terceirização da frota de carros, saltou 130%, refletindo a adição de 47 mil veículos na frota total, sendo 25 mil veículos destes veículos decorrentes da adição da CS Frotas.

Gargalo automotivo

A falta de carros, provocada pela falta de matéria-prima, é o principal ponto de preocupação para a Movida.

A Ativa, por exemplo, vê alta de 70% para a ação, mas não recomenda a compra do papel, mantendo a classificação em neutra. 

“Há muito potencial de crescimento na operação de terceirização de frotas, que do ponto de vista do contratante, se configura como uma excelente opção para otimização de custos. Por outro lado, o problema de entrega de veículos por parte das montadoras e a alta nos preços da gasolina podem impactar diretamente a operação de aluguel, de modo que preferimos players de maior escala no momento”, diz.

A XP também alerta para o “cenário desafiador” de crescimento de volume, impactado pelo ambiente restritivo de oferta de automóveis. Mas, a corretora reiterou a recomendação de compra. 

O Itaú BBA destaca que os gargalos de produção podem representar “um risco para nossas estimativas de crescimento de frota, enquanto a incorporação da CS Frotas abre espaço para uma revisão em alta nos números do GTF”.

Porém, a corretora pondera que o segmento de seminovos continuará a se beneficiar dos ventos favoráveis ​​da alta dos preços dos automóveis.

“A base de ativos depreciada deve continuar ajudando os resultados financeiros nos próximos trimestres, apesar do aumento antecipado das despesas financeiras devido ao aumento das taxas de juros”, argumenta.

O BBA tem recomendação outperform, ou acima da média do mercado, para a Movida, com preço-alvo de R$ 23, potencial de 45%.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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