Salários vão crescer 4,3% no Brasil, diz consultoria; veja onde já foram os maiores avanços no 2T23
A consultoria econômica e financeira Tendências Consultoria atualizou as estimativas para o cenário atual dos salários no Brasil e a expectativa é que aconteça um avanço de 4,3% para o rendimento real habitual este ano.
O movimento deve acontecer após quedas de 7,0% em 2021 e 1,0% em 2022, segundo a consultoria.
Além das projeções, a casa também realizou um levantamento que mostra os rendimentos obtidos em 32 regiões do Brasil. Desse total, 12 delas apresentaram uma melhora no segundo trimestre do ano, ante o primeiro trimestre de 2023.
O maior avanço observado ocorreu no Centro Oeste. No primeiro trimestre (1T23), os rendimentos na região foram de R$ 3.298, alcançando R$ 3.309 no segundo (2T23). Em Paraná e Goiás, os salários subiram de, respectivamente, R$ 3.043 e R$ 2.876, para R$ 3.063 e R$ 2.908.
O economista da consultoria, Lucas Assis, diz que os setores do Centro-Oeste, onde as maiores altas na base salarial aconteceu foram os setores de comércio e construção.
Na base anual, os salários mostraram alta de janeiro a março, mas é possível observar o movimento de queda começando a partir de abril e continuando até junho — último mês evidenciado no levantamento.
Período | Salários |
---|---|
jan/23 | R$ 2.831 |
fev/23 | R$ 2.833 |
mar/23 | R$ 2.841 |
abr/23 | R$ 2.828 |
mai/23 | R$ 2.825 |
jun/23 | R$ 2.836 |
Só no segundo trimestre de 2023, os salários aumentaram 6,2% ante igual período do ano passado, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A nota de conjuntura divulgada no começo deste mês pelo instituto mostrou ainda que a renda média habitual real de R$ 2.924 registrada no segundo trimestre do ano superou, pela primeira vez, os níveis observados no mesmo trimestre de 2019, pouco antes da pandemia de Covid-19, com uma ordem de R$ 2.904.
Valorização dos salários
Ao fim do mês de agosto (28/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Projeto de Lei que retoma a política de valorização do salário mínimo.
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Com isso, a partir do dia 1º de janeiro de 2024, os reajustes anuais do salário mínimo passarão a levar em conta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos 12 meses anteriores, além da taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo ano anterior ao ano vigente. Caso o PIB não apresente crescimento real, o salário mínimo será reajustado pelo INPC.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, disse na ocasião que “os trabalhadores brasileiros ficaram exatos sete anos sem um centavo de ganho real do salário mínimo e sem ver a tabela de Imposto de Renda atualizada, que desonera de pagamento de Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos”.