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Salários: reajuste de quase metade dos profissionais da área financeira perde da inflação

23 mar 2022, 9:57 - atualizado em 23 mar 2022, 9:57
Salários: pesquisa revela que profissionais mais requisitados durante a pandemia receberam aumento acima da inflação
Salários: pesquisa revela que profissionais mais requisitados durante a pandemia receberam aumento acima da inflação (Imagem: Konstantin Evdokimov/Unsplash)

Profissionais que acabaram sendo mais requisitados durante a pandemia da Covid-19 receberam aumentos nos seus salários acima da inflação, aponta pesquisa recente realizada pelo PageGroup, empresa especialista em recrutamento executivo.

De acordo com o Estudo de Remuneração PageGroup 2022, profissionais dos segmentos da saúde, imobiliário, logística e TI viram um salto em seus rendimentos em um período no qual boa parte dos trabalhadores sofreu perdas salariais.

O levantamento revela, para um panorama geral, um ganho real salarial em 55% dos cargos avaliados em relação ao mesmo estudo do ano passado. Os casos de reposição salarial ou manutenção representaram 41% dos cargos, enquanto aqueles que registraram queda somaram 4% das posições.

Dos 719 cargos analisados, os que se destacaram entre os maiores acréscimos na remuneração foram: analista de projetos (TI), com 75%; analista de business intelligence (TI), 70%; consultor SAP (TI), 67%; gerente de assuntos regulatórios (saúde), 61% e diretor de operações (logística), 31%.

“A chegada da pandemia causou uma profunda transformação na relação entre empresas e consumidores. O confinamento imediato, o trabalho remoto e a atenção permanente com o novo coronavírus impulsionaram novas demandas, impactando diretamente profissionais ligados à saúde, logística e tecnologia. Notamos nesse período uma alta demanda por trabalhadores desses segmentos e isto acabou gerando uma disputa por talentos, refletindo na remuneração”, explica Gijs van Delft, presidente do PageGroup no Brasil.

O presidente ainda acrescenta: “setores como RH, seguros e bancário, por exemplo, não estiveram em tanta evidência como outros, mas também estão entre os destaques pela predominância da alta salarial de seus profissionais. Isto não quer dizer que teremos uma onda de aumento nas remunerações daqui para frente, até porque quase metade dos trabalhadores tiveram seus ganhos congelados ou apenas repostos”.

Para elaborar o estudo, o PageGroup consultou, no ano passado, 6 mil profissionais de todo o Brasil para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual.

Os executivos consultados ocupam cargos que vão desde posições de suporte à gestão até alta e média gerência.

A empresa procurou entender como os profissionais enxergam sua carreira, a posição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que completam a remuneração.

A partir dessa consulta, a companhia conseguiu traçar a remuneração mensal de 719 cargos em 15 setores: Engenharia & Manufatura, Logística, Varejo, Vendas, Marketing & Digital, Agro, Tecnologia da Informação, Jurídico, Saúde & Life Science, Financeiro & Tributário, Seguros, Bancos e Serviços Financeiros, Recursos Humanos, Imobiliário e Construção e Secretarial & Business Support.

Os cargos foram listados em faixas salariais mensais que variam de acordo com a experiência do profissional (júnior, pleno, sênior ou coordenador) e porte da empresa (pequeno, médio ou grande).

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Salários na área financeira e tributária

Mesmo com o levantamento apontando para um ganho real salarial em 55% dos cargos avaliados em relação ao mesmo estudo do ano passado, os salários na área financeira e tributária não conseguiram acompanhar a inflação.

Segundo a pesquisa, o mercado de finanças é um dos primeiros a ser afetado em momentos de oscilação. A área compreende profissionais que são cruciais para fazer o planejamento da estratégia e estruturar caminhos viáveis.

Em segmentos em ascensão e fusões & aquisições, são responsáveis por fazer a projeção financeira com olhar expansionista. Com as empresas saindo da crise, o foco será na redução de gastos, contenção de custos e planejamento da recuperação, afirma o estudo.

O PageGroup apresenta que antes a área de finanças era tida como suporte ao negócio fornecendo informação. Agora, ela traz solução e o profissional que não entender isso vai perder cada vez mais espaço.

Atrelado a isso, a aproximação da área de finanças com a alta liderança provoca os profissionais desse setor a terem a capacidade de falar sobre o negócio com especialistas sêniores da companhia, tanto em português quanto em inglês.

Cargos que tiveram maiores aumentos salariais:

Mesmo com uma remuneração estabilizada, representando 48%, de acordo com o levantamento, a área de finanças tem profissionais com salários que não acompanham a inflação e seus aumentos não são acima dela.

Apesar disso, alguns cargos do setor tiverem aumentos salariais. Os três maiores aumentos foram para as posições de:

  1. Analista de Crédito e Cobrança: 60%
  2. Analista de Custos e Orçamentos: 53%
  3. Analista de Tesouraria Simples: 43%

Essas porcentagens representam recortes específicos para as áreas de atuação. Para Analista de Crédito e Cobrança, a variação de 60% é para o cargo júnior em uma empresa de grande porte que tem, em média, um salário de R$ 3.500 a R$ 4.500, como aponta o estudo.

Para Analista de Custos e Orçamentos, o dado de 53% é para o cargo com experiência profissional plena em uma empresa de grande porte. Nesse contexto, a faixa salarial está compreendida entre R$ 4.500 a R$ 5.500.

Já, no cargo júnior de Analista de Tesouraria Simples, a porcentagem de 43% revela um aumento para os profissionais de pequenas empresas. Assim, o levantamento apresenta, para esse grupo, uma faixa salarial entre R$ 4.000 e R$ 5.000.