Salários dos CEOs é 324 vezes maior do que dos funcionários; Amazon tem a maior diferença
A remuneração média dos CEOs das empresas do índice S&P 500 foi 324 vezes mais do que a dos trabalhadores das companhias que chefiam em 2021, de acordo com o relatório da maior federação sindical dos Estados Unidos, AFL-CIO.
O recente levantamento traz a maior diferença desde que a AFL-CIO começou a rastrear a métrica em 2018. Em 2020, foi de 299 para 1.
As empresas de capital aberto são obrigadas a divulgar a proporção salarial entre seu executivo-chefe e os funcionários médios. Esses dados são significativos, pois mostram quais estão investindo em sua força de trabalho para criar empregos com altos salários.
CEOs com os maiores salários
O CEO da Expedia, Peter Kern, foi o mais bem remunerado em 2021, com ganhos anuais de US$ 296,2 milhões.
Em seguida vem o executivo-chefe da Amazon (AMZN), Andy Jassy, com US$ 212,7 milhões, e Patrick Gelsinger, da Intel (ITLC34), em terceiro lugar, que recebeu US$ 178,6 milhões.
Completando a lista tem o CEO da ServiceNow, William McDermott, com US$ 165,8 milhões e Tim Cook, da Apple (AAPL), que ganhou US$ 98,7 milhões.
Maior diferença está na Amazon
Considerada uma das cinco grandes empresas de tecnologia, juntamente com Google, Apple, Microsoft e Facebook, a Amazon se destaca por ter a maior diferença de salários entre as companhias pesquisadas.
A remuneração total do seu CEO em 2021 foi 6,4 mil vezes maior do que a de um funcionário médio da Amazon.
Um porta-voz da empresa disse, em um comunicado à Forbes, que o pagamento de US$ 212,7 milhões de Jassy parece inflado devido à forma como a SEC, comissão de valores imobiliários dos EUA, exige que as empresas relatem as compensações.
Nos últimos 10 anos, o salário dos CEOs das empresas S&P 500 aumentou mais de US$ 540.000 por ano, para uma média de US$ 18,3 milhões em 2021. Enquanto isso, o trabalhador médio dos EUA teve um aumento salarial de US$ 1.303 por ano na última década, ganhando em média US$ 58.260 no ano passado.
Ganhando mais que o Bezos
Considerado o segundo homem mais rico do mundo, logo atrás de Elon Musk, Jeff Bezos, fundador da Amazon que renunciou ao cargo de presidente executivo, recebeu US$ 1.681.840 em remuneração total em 2021.
Ele ganhou um salário base de US$ 81.840 e US$ 1,6 milhão em outras formas de remuneração sem prêmios em ações, de acordo com o documento divulgado.
Para Jassy é diferente. A maior parte do valor vem de prêmios de ações concedidos ao longo de um período de dez anos. Em maio, o pacote de pagamento do executivo foi considerado, por empresas de consultoria e investidores, excessivo.
Em 2021, o atual chefe da Amazon recebeu US$ 212.701.169 em remuneração total, como informou a Business Insider em abril. Apenas US$ 175.000 disso vieram de seu salário. O resto veio de ações: ele recebeu, quando se tornou CEO, 61.000 ações que seriam adquiridas ao longo de 10 anos, no valor de US$ 211.933.520.
Mas ele não é o único. Outros que estão no topo da lista da federação sindical foram amplamente compensados com prêmios de ações restritas de longo prazo, incluindo Cook, da Apple, que recebeu US$ 83 milhões em ações no ano passado.
Sentindo a inflação
Segundo a AFL-CIO, os salários dos CEOs subiram 18,2%, mais rápido do que a taxa de inflação (7,1%) dos EUA.
Em contraste, os pagamentos dos trabalhadores norte-americanos ficaram abaixo da inflação, pois tiveram um aumento de 4,7% em 2021.
Para a federação, essa diferença de remuneração é um sintoma de ganância – quando as empresas aumentam os preços visando o crescimento dos lucros corporativos e criam, com isso, pagamentos inesperados para os CEOs.
Algo que o secretário-tesoureiro da AFL-CIO, Fred Redmond, definiu, em uma coletiva de imprensa virtual, como “greedflation” (uma mistura de “greed”, ganância, com “inflation”, inflação), em relação ao crescimento do salário dos executivos enquanto a inflação está em seu nível mais alto desde 1981.
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