Salário mínimo de R$ 1.320 não banca cesta básica; veja o valor que os brasileiros deveriam receber
No dia 1º de maio, o governo reajustou o salário mínimo; com isso, o valor passou de R$ 1.302 para R$ 1.320. No entanto, a alta não foi suficiente para arcar resolver um problema constante dos brasileiros: o de que o salário mínimo não consegue bancar com os custos da cesta básica.
De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em maio, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.652,09, ou 5,04 vezes o mínimo.
Comparado com abril, último mês do antigo salário mínimo, o valor necessário era de R$ 6.676,11, o que corresponde 5,13 vezes o salário mínimo. Já em relação a maio de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.535,40 ou 5,40 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.212.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido – após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social – o trabalhador comprometeu, em média, 55,68% do salário mínimo para adquirir os produtos alimentícios básicos.
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Confira a diferença entre o salário mínimo e o valor necessário para a cesta básica
O levantamento do Dieese aponta que, no mês passado, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta foi de 112 horas e 53 minutos. A quantia é menor do que o de fevereiro deste ano, de 114 horas e 38 minutos, e março do ano passado, de 119 horas e 11 minutos.
Cidades
Das 17 cidades avaliadas, 11 registraram queda no valor da cesta básica. Em maio, os destaques de queda foram em Brasília (-1,90%) e Campo Grande (-1,85%).
Por outro lado, as altas foram registradas em Salvador (1,42%), Curitiba (1,41%) e Belém (1,37%).
A cesta mais cara é a de São Paulo (R$ 791,82), enquanto a mais barata é a de Aracaju (R$ 553,76).
Inflação de abril
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,23% em maio, desacelerando-se em relação à alta de 0,61% apurada em abril.
O resultado veio bem abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,33%.
Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula alta de 2,95% nos primeiros cinco meses do ano.
Com isso, o indicador acumulada alta em 12 meses de +3,94%, de +4,18% no mês anterior. O resultado também ficou abaixo da mediana projetada, de +4,03%.