Dinheiro no bolso: saiba onde investir a partir de julho
O primeiro semestre de 2024 foi agitado para os mercados em todo o mundo. Os seis primeiros meses do ano registraram uma intensa reversão de expectativas no Brasil e em mercados internacionais.
Poucos números contam essa história. A primeira edição do Relatório Focus deste ano mostrava uma projeção de 9% para a taxa referencial Selic em dezembro. A edição mais recente, publicada na segunda-feira (24), mostrou que essa projeção subiu para 10,50%.
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Nos Estados Unidos ocorreu um movimento semelhante. No início do ano, a perspectiva era de que o Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano, iria começar a reduzir os Fed Funds, ou juros referenciais dos EUA, já na reunião de maio.
Junho acabou, e nada de corte: os Fed Funds seguem no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano, nível mais alto desde fevereiro de 2001. E as expectativas são de um corte só em setembro, de 0,25 ponto percentual.
Como não poderia deixar de ser, essa reversão de expectativas teve um efeito muito pesado sobre a renda variável. No acumulado do primeiro semestre, segundo um levantamento da Elos Ayta Consultoria, o Índice Bovespa recuou 7,66%. Foi o quarto pior desempenho semestral desde 2011.
O que esperar para o segundo semestre e onde investir?
Segundo Leonardo Frisoni, sócio da Convexa Investimentos, o cenário deverá ser volátil. Em várias ocasiões, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, afirmou que a trajetória dos juros depende dos indicadores.
“Isso dificulta que os investidores tracem estratégias consistentes de longo prazo devido à incerteza com os juros americanos”, diz Frisoni. “E, para tornar o cenário ainda mais desafiador, no segundo semestre haverá uma eleição presidencial extremamente disputada nos Estados Unidos”, acrescenta.
No entanto, essa incerteza não quer dizer que não há boas oportunidades de investimento. “No Brasil há boas alternativa tanto na renda fixa quanto na variável”, diz Frisoni.
A relação Preço/Lucro (P/L) das ações que formam o Índice Ibovespa está em 7,3x. Isso é um desconto considerável em comparação com a média histórica, que é um Preço/Lucro de 10,7. “Quando avaliamos as ações de empresas ligadas à econômica doméstica o desconto é ainda maior”, diz Frisoni. “O P/L médio dessas empresas está em 8,7x, ante uma média histórica de 13,4x”, completa
Já na renda fixa o executivo afirma que há boas oportunidades em títulos públicos atrelados a inflação, com os Tesouros IPCA+ negociando acima de IPCA + 6,3% a.a.
Além disso, o investidor pessoa física pode ser optar por alguns ativos com isenção fiscal como debêntures incentivadas, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).