Mercados

Saiba como diversificar a sua carteira de investimentos segundo o JPMorgan

13 jun 2022, 15:26 - atualizado em 13 jun 2022, 15:26
Bandeira da China
(Imagem: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Para o JPMorgan, à medida que os bloqueios contra a covid-19 diminuem na China, alguns “dos ventos contrários enfrentados pelas ações chinesas devem recuar”.

Segundo o banco, os mercados chineses foram duramente atingidos nos últimos 15 meses com a estratégia de zero-covid adotada pelo país, que envolveu o fechamento de seus principais mercados, sufocando a atividade econômica, “enquanto as repressões regulatórias pressionaram ainda mais as empresas, principalmente os titãs da internet doméstica, como Tencent e Alibaba”.

Como lembra a CNBC, o índice Hang Seng de alta tecnologia de Hong Kong caiu cerca de 25% no ano passado, enquanto o Shanghai Composite caiu cerca de 9%.

Nesta segunda-feira (13), as bolsas de valores asiáticas fecharam em queda de mais de 3% hoje, após inflação recorde nos Estados Unidos pressionar a decisão do Federal Reserve sobre taxa de juros nesta semana.

Mas, segundo o JPMorgan, com a reabertura gradual de Pequim, o cenário se torna um pouco mais otimista.

À CNBC, o estrategista de mercado global do JPMorgan Asset Management, Tilmann Galler, disse que os esforços para reabrir cidades e lançar campanhas de vacinação indicam que Pequim percebeu que sua estratégia de zero-covid era insustentável.

“Em vez disso, o país parece estar em transição para uma política de ‘viver com Covid'”, afirmou.

Galler ainda argumentou que, “embora as incertezas de curto prazo continuem, os principais ventos contrários — como sua política de zero-covid, política fiscal rígida e regulamentação estrita — são cíclicos e não estruturais, o que significa que as perspectivas de longo prazo da China permanecem intactas”.

“Os políticos estão mudando sua atitude e mudando a direção da política. A China estava apertando, mas agora isso está mudando, e o banco central desempenhará um papel crucial nisso”, disse ele. “O Banco Popular da China — comparado a outros bancos centrais na Europa e na América do Norte — tem mais flexibilidade de apoiar mais a economia.”

Galler ainda sugere que, com a flexibilização maior da política monetária do Banco Popular da China, outro detalhe bastante importante é que “a política fiscal também está mudando”.

“Há mais apoio do governo. Agora, há mais dinheiro destinado à ferrovia, investimento em infraestrutura, investimento aeroportuário, redução de impostos, incentivo à compra de carros, para o mercado automobilístico que está vacilante no momento”, destacou Galler.

Para ele, o crescimento do crédito chinÇes está mostrando sinais de força, embora tenha caído em abril. Galler afirma que “isso aconteceu por conta da demanda de destruição dos bloqueios e aumentaria novamente à medida que cidades como Xangai e Pequim retomassem a atividade”.

“As avaliações às vezes no curto prazo são um indicador terrível, mas pelo menos dão alguma orientação para o longo prazo. E embora saibamos que a visibilidade de curto prazo na China ainda é difícil, ainda acreditamos que os motores de crescimento de longo prazo para a China ainda são válidos”, disse Galler a jornalistas, segundo a CNBC.

“Após a desaceleração do mercado de ações, os P/Ls (rácio preço-lucro) no mercado chinês estão agora 20% abaixo da média de longo prazo, então muitas más notícias já estão precificadas em ações chinesas.”

É por isso que, segundo Galler, as ações chinesas estão começando a parecer mais atraentes, “apesar dos ventos contrários”.

“Precisamos considerar que alguns desses ventos contrários estão começando a retroceder e alguns deles até se transformando em ventos contrários”, disse Galler.

O especialista ainda afirma que, embora os últimos 15 meses tenham sido difíceis para os investidores do mercado do país asiático, os mercados de títulos do país superaram seus pares globais.

“Desse ponto de vista, a China é um bom diversificador para a carteira de ações, mas também para a carteira de títulos, porque o banco central da China tem desafios diferentes dos bancos centrais da Europa e dos EUA”, acrescentou Galler.

As opiniões também forma compartilhadas por Myles Bradshaw, chefe de estratégias globais de renda fixa agregada do JPMorgan Asset Management, que disse que a dívida do governo chinês “era o bolso mais empolgante dos mercados globais no momento”.

“A economia está desacelerando, as taxas de juros subiram, eles não aliviaram a política monetária. É um grande diversificador para sua renda fixa europeia e americana”, acrescentou.

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