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Safras & Mercado corta estimativa para produção de soja do Brasil em 8,55%

14 jan 2022, 13:25 - atualizado em 14 jan 2022, 13:25
Soja
Com a nova estimativa, a Safras aponta uma queda de 4,2% em relação à colheita da temporada anterior, que foi recorde (Imagem: REUTERS/Jorge Adorno)

A produção brasileira de soja em 2021/22 deverá totalizar 132,33 milhões de toneladas, o que representa um corte de 8,55% na estimativa realizada antes dos problemas da seca na região Sul e em Mato Grosso do Sul, apontou a consultoria Safras & Mercado em relatório nesta sexta-feira.

Com a nova estimativa, a Safras aponta uma queda de 4,2% em relação à colheita da temporada anterior, que foi recorde.

Em novembro, quando foi divulgado o relatório anterior, a projeção era de 144,7 milhões de toneladas.

A baixa umidade registrada ao longo do mês de dezembro e primeiras semanas de janeiro trouxe grandes problemas para o desenvolvimento das lavouras da região Sul do Brasil, culminando em fortes perdas produtivas.

“Os maiores problemas se encontram no estado do Paraná, onde pelo menos 30% do potencial produtivo está sendo perdido devido à estiagem. Devido ao ciclo de produção do Estado e com a colheita já começando, já podemos considerar que a maior parte das perdas é irreversível”, afirmou o consultor Luiz Fernando Roque.

A redução na safra deste ano devido à seca só não é maior porque o Brasil ampliou a área plantada em 4,1%, para 40,8 milhões de hectares, segundo a consultoria.

O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.542 quilos por hectare para 3.260 quilos.

Esperança no RS

Já no Rio Grande do Sul, a estiagem também atinge em cheio boa parte das lavouras, o que já resulta em perdas produtivas em algumas regiões.

Apesar disso, como o ciclo produtivo do Estado é um pouco mais tardio, ainda é possível que parte das perdas seja minimizada caso uma umidade relevante chegue ao Estado nas próximas seis a oito semanas, segundo a consultoria.

“Mesmo assim, consideramos que algumas perdas já são irreversíveis, principalmente nas lavouras mais tardias que tiveram problemas de germinação e desenvolvimento inicial devido à baixa umidade acumulada nos solos”, completou o analista.

Em Mato Grosso do Sul, a falta de umidade também atingiu algumas regiões, mas não se pode falar em perdas tão extensas, por enquanto.

Nos demais Estados do Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste, apesar do registro de alguns problemas por excesso de umidade, a maioria dos potenciais produtivos estão sendo mantidos.

“Apenas a colheita poderá esclarecer se houve problemas mais importantes de produção e/ou qualidade.”

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