Safra vê Ibovespa em 165 mil pontos em 2025; veja 7 ações para aproveitar alta
Apesar da piora do cenário, com alguns economistas prevendo a taxa básica de juros em mais de 13% e a eleição de Donald Trump para a presidência nos Estados Unidos, que pode elevar o dólar aqui no Brasil, o Safra vê o Ibovespa em 165 mil pontos até o final de 2025, o que significaria alta de 27% ante o último fechamento.
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Os analistas do banco argumentam que mesmo com a visão negativa do mercado, o bom desempenho da atividade doméstica segue impulsionando os resultados das empresas.
Eles recordam que desde o início de 2024, as revisões de estimativas de consenso de mercado Bloomberg para o lucro por ação (LPA) do Ibovespa de 2025 e 2026 foram positivas em 5,3% e 4,9%, respectivamente.
“Mesmo com resultados melhores, o preço dos ativos não refletiu esse cenário – o Ibovespa é negociado a um atrativo múltiplo P/L (preço sobre o lucro) de 6,8x, bem abaixo do histórico”, dizem.
Inflação vai até onde?
Os analistas dizem que com as pressões inflacionárias, o Banco Central irá elevar os juros até 11,5% no fim deste
ano, o que, combinado com o menor impulso fiscal, deve desacelerar a atividade nos próximos meses.
Porém, o bom saldo da balança comercial brasileira (que reduz a pressão cambial) e a melhora das condições climáticas devem aliviar as pressões sobre a inflação, abrindo espaço para juros menores já a partir de meados de 2025.
“Uma vez que esse cenário se consolide, vemos espaço para alívio no mercado de ações”.
Além disso, o Safra elenca cinco pontos que podem beneficiar o mercado. São eles:
- continuidade do corte de juros nos EUA favorecendo a liquidez para os mercados emergentes;
- potenciais novos estímulos à economia na China dando suporte aos preços das commodities;
- safra de resultados corporativos do 3T24/4T24 mantendo a tendência positiva;
- possibilidade de maior controle de gastos pelo governo brasileiro passadas as eleições municipais; e
- posicionamento leve dos investidores no mercado.
Ibovespa: Quais comprar?
O banco diz que possui visão positiva para alimentos e bebidas, já que o equilíbrio entre oferta e demanda continua positivo para frangos e suínos, enquanto os custos de grãos continuam beneficiando os spreads.
No caso das construtoras de baixa renda, o Safra enxerga ambiente favorável para moradias populares e a demanda nos segmentos de baixa e média/alta renda é forte.
Em shoppings os indicadores operacionais seguem saudáveis, enquanto em utilidades básicas a distribuição volumes é sólido no segmento de distribuição em função das altas temperaturas.
Completam o pódio concessões — expectativa de alto volume de tráfego no segundo semestre, bens de capital (continuidade da forte demanda); e bancos e seguradoras (continuidade do bom momento de resultados).
As 7 ações
Para o Safra, a JBS (JBSS3) se destaca como a principal escolha no setor de alimentos devido ao seu valuation atrativo, diversificação robusta e forte geração de caixa, além da possibilidade de listagem dupla que pode destravar valor.
No setor de construção civil, a Direcional (DIRR3) é a favorita no segmento de baixa renda, sustentada pela resiliência de resultados e a exposição ao programa Minha Casa Minha Vida, que impulsiona sua lucratividade.
Já a Iguatemi (IGTI11), no segmento de shoppings premium, é beneficiada pela capacidade de negociação com inquilinos, com um crescimento esperado em seu fluxo de caixa operacional (FFO).
A Equatorial (EQTL3) é a top pick no setor de distribuição de energia, graças ao recente investimento na Sabesp e ao histórico positivo de gestão de ativos.
Em bancos, o Itaú (ITUB4) é visto como o mais sólido do mercado, com múltiplos de valuation ainda atrativos, enquanto a Porto (PSSA3) tem diversificação crescente, especialmente nas áreas de saúde e serviços financeiros, que já representam grande parte das receitas.
Por fim, a Marcopolo (POMO4) é avaliada positivamente com expectativas de crescimento na produção de ônibus e um valuation com desconto frente aos pares globais.