Safra vê ação da Cielo barata, mas não indica a compra agora
As ações da Cielo (CIEL3) parecem muito descontadas na Bolsa, mas a baixa visibilidade em relação ao futuro do setor e da economia impedem uma recomendação de compra, avalia o banco Safra em um relatório enviado a clientes.
Os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória cortaram o preço-alvo para os papéis de R$ 7,70 para R$ 6. O potencial de valorização é de aproximadamente 70%.
“Apesar do significativo potencial positivo, mantemos a indicação neutra da ação, pois acreditamos que as perspectivas de curto prazo são negativas, tendo como pano de fundo a desaceleração econômica causada pela pandemia da covid-19. Também não vemos gatilho de curto prazo para as ações”.
A Cielo negocia atualmente a 12,7 vezes o preço da ação sobre o lucro estimado para 2020, um pouco abaixo da média de 14,3 vezes para 12 meses nos últimos cinco anos. As concorrentes PagSeguro (PAGS) e Stone (STNE) operam a 24,9 vezes e 30,3 vezes, respectivamente.
“Tamanha lacuna está relacionada às diferentes expectativas em relação a essas empresas. Ambas, PagSeguro e Stone, estão sendo negociados na Nasdaq, onde esses dois nomes são avaliados como ‘ações em crescimento'”.
O Safra cortou as estimativas de lucro para a empresa em 2020 de R$ 1,23 bilhão para R$ 731 milhões.
“Acreditamos que os melhores resultados para a Cielo só poderão se materializar em 2021, o que é um período muito longo, devido à dinâmica de mudanças rápidas neste setor”, apontam os analistas.