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Safra reduz preço-alvo da Petrobras e aposta que impacto negativo nas ações deve durar

22 fev 2021, 15:12 - atualizado em 22 fev 2021, 15:12
Petrobras
Agora, a estimativa para as ações ficou em R$ 29,50, o que corresponde a um potencial de valorização de 9% (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

O Banco Safra reduziu o preço-alvo da Petrobras (PETR4) nesta segunda-feira (22) apostando que o impacto negativo que estamos vendos nos papéis deve durar por mais um tempo, já que foi confirmada a intenção do governo de alterar a gestão da companhia.

Agora, a estimativa para as ações ficou em R$ 29,50, o que corresponde a um potencial de valorização de 9% em relação a última cotação de sexta-feira (19).

“Esse movimento levanta questões sobre o futuro da política de manutenção dos preços locais dos combustíveis alinhados aos internacionais e sobre o quão independente a nova gestão pode ser. Também traz lembranças da época em que os preços dos combustíveis locais eram artificialmente contidos por causa dos interesses de um governo anterior e, eventualmente, levou a um aumento significativo no endividamento da Petrobras”, apontou o banco.

Os analistas se mostram realmente preocupados com a maior intervenção do governo na empresa, afirmando que esse fator deve desviar a atenção dos avanços substanciais que já estão ocorrendo na empresa (redução da alavancagem, foco em ativos rentáveis) e evidenciar os riscos de ter o Estado como acionista controlador.

Por outro lado, o banco afirma que a empresa hoje é muito diferente do que era em sua época mais difícil. “Naquela época, eles tinham um programa de investimentos ambicioso e amplo de cerca de US$ 40 bilhões por ano envolvendo principalmente upstream e downstream e uma tímida iniciativa de desinvestimento. Com gastos de capital muito menores atualmente e um foco maior em ativos rentáveis do pré-sal, acreditamos que a possibilidade de um forte aumento da dívida desta vez é menor”, avaliou o Safra.

Em geral, agora a atenção do investidor deve estar voltada para as declarações e ações da gestão futura em relação à política nacional de preços dos combustíveis, que, de acordo com o banco, mesmo que seja mantida, a percepção deve levar muito tempo para mudar para positiva novamente.