Safra gorda do arroz e safra magra do feijão dividem o prato nacional
O brasileiro não terá tanta pressão no preço do arroz, mas deverá ter no feijão. As duas situações vividas pelo prato nacional mostram cenários bem diferentes na produção.
O cereal está na reta final da safra, com boa produção, especialmente pela produtividade gaúcha. E o feijão, que começou a ser colhido na segunda safra, pega o mercado com a expectativa de uma quebra significativa.
Na porta do produtor, de acordo com o analista Vlamir Brandalizze, o arrozeiro está conseguindo entre R$ 81 e R$ 83pelo fardo, ao passo que o produtor de feijão pede de R$ 240 a R$ 310 pela saca.
O primeiro alimento tende até a cair um pouco, porque os empacotadores receberam bons volumes e vão trabalhar com eles. O segundo, ao contrário, a tendência é aumentar, pela oferta menor da safra mais importante do ciclo anual da cultura.
O Rio Grande do Sul, líder, está saindo com cerca de 8,3 milhões de toneladas, empurradas por “produtividade que em torno dos 8,8 toneladas por hectare, graças à tecnologia”.
O feijão, segue Brandalizze, da expectativa de 1,5 a 1,6 milhão de toneladas, deverá dar 1,2 mil, depois da “seca terrível, com muitas lavouras sem capacidade de colher nada”, num período que vai deste mês a junho.
“O segundo semestre vai ter falta do produto”, acredita o diretor da Brandalizze Consulting.
Há que se considerar os pontos que implicam em maior demanda também pelos produtos no varejo.
Além do auxílio emergencial, na segunda parcela agora em maio, tem o País como um novo importante fornecedor mundial do arroz, que foram as variáveis que impactaram a já famosa inflação do produto em 2020.
Mas a produção nacional este ano cresceu e o auxílio, pelo menos, está bem abaixo do ano passado.