Safra: Estas elétricas pagam bons dividendos, além de serem proteção para as eleições
O Safra revisitou o setor elétrico e atualizou os preços-alvos das companhias, conhecidas por seus dividendos e por serem ações defensivas em momentos de turbulências dos mercados.
Para os analistas Daniel Travitzky e Mário Wobeto, o sentimento geral para o ano é de cautela, principalmente devido à deterioração macro (inflação mais alta e alta de juros) e ao aumento da volatilidade trazida pelas eleições presidenciais que ocorrerão em outubro.
“Acreditamos que blue-chips, nomes defensivos e ações de dividendos podem superar aqueles focados no crescimento em 2022, pois adotamos uma postura mais conservadora”, completam.
Em relação ao segmento, a dupla diz que a crise hídrica não é mais um problema para o ano, pois os volumes de chuva são bons e os reservatórios estão se recuperando rapidamente.
Apesar disso, as distribuidoras podem enfrentar problemas maiores, visto que os aumentos das tarifas pressionarão as taxas de inadimplência.
“As eleições podem aumentar a volatilidade geral e trazer um fluxo de notícias negativas para o setor, mas sem prejudicar os fundamentos”, colocam.
Sobre esse ponto de vista, as transmissoras levam vantagem, com bom rendimento de dividendos e proteção que ajudarão o desempenho dos papéis.
As elétricas favoritas do Safra
Para 2022, o Safra tem duas ações de elétricas favoritas: CPFL (CPFE3) e Energisa (ENGI11).
“A CPFL deve ser a melhor escolha para proteção, enquanto desfruta de bons dividendos“, argumenta.
No caso da Energisa, Travitzky e Wobeto lembram que a elétrica não fez grandes movimentos em 2021.
“Portanto, esperamos um cenário mais favorável para uma companhia experiente realizar aquisições de novos projetos ou compra de ativos de outras empresas”, colocam.
A dupla também destaca Engie (EGIE3) e a Cesp (CESP6) devido ao de-risking do segmento de geração.
Para o longo prazo, o Safra escolhe Eneva (ENEV3) e Equatorial (EQTL3), pois ambas fizeram grandes movimentos de expansão em 2021 “e estão prontas para crescer”.
“As companhias devem aproveitar oportunidades em mercados menos conhecidos e menos competitivos, como saneamento, mercado livre, geração a gás e leilões de capacidade”, diz.
Além disso, o Safra elevou a recomendação da AES Brasil (AESB3) para outperform, ou desempenho acima da média do mercado.
“Acreditamos que o segmento de geração deve reduzir o risco em 2022 devido ao cenário hidrelétrico melhor e considerando que as questões relacionadas à alavancagem foram abordadas”, justifica.
Empresas | Ticker | Recomendação | Preço-alvo (R$) | Rendimento de dividendos |
---|---|---|---|---|
CPFL | CPFE3 | Outperform* | 36,5 | 14,00% |
Energisa | ENGI11 | Outperform | 58,8 | 3,70% |
Engie | EGIE3 | Outperform | 46 | 8,90% |
Cesp | CESP6 | Outperform | 31.1 | 5,30% |
Eneva | ENEV3 | Outperform | 15,5 | 1,90% |
Equatorial | EQTL3 | Outperform | 28.1 | 3,10% |
AES Brasil | AESB3 | Outperform | 15,5 | 3,60% |
Cemig | CMIG4 | Neutro | 13,7 | 9,10% |
Taesa | TAEE11 | Neutro | 34,6 | 6,50% |
*Desempenho acima da média do mercado
O que não vale?
O Safra rebaixou a recomendação da Cemig (CMIG4) para neutro por não acreditar que a privatização aconteça em 2022, além do atual processo de recuperação ter atingido o seu pico.
Ademais, o desinvestimento da Taesa (TAEE11) não deve gerar repactuação das ações, “pois já incluímos o valor de mercado da Taesa em nosso modelo da Cemig”.
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