Safra: El Niño ‘interminável’ pode ajudar estas 3 elétricas (uma tem potencial de subir quase 50%)
Um El Niño interminável e um La Niña que está atrasado podem aumentar a pressão nos reservatórios, e, consequentemente, os preços de energia elétrica, vê o Safra em relatório enviado a clientes.
- Elétrica “mais barata entre os seus pares” é uma das recomendações da carteira de dividendos do analista Ruy Hungria; veja o portfólio completo gratuitamente
Os fenômenos climáticos são provocados pelas temperaturas do Oceano Pacífico — enquanto o El Niño consiste no aquecimento, o La Niña se caracteriza pelo resfriamento anormal das águas — e possuem grande efeito para o clima no Brasil.
Geralmente, o La Niña provoca chuvas mais fracas na Região Sul, chuvas mais fortes na Região Nordeste/Norte e temperaturas mais baixas nas Regiões Centro-Oeste/Sudeste.
No entanto, as previsões mais recentes estão adiando o início (e reduzindo a probabilidade) desse evento, enquanto, ao mesmo tempo, há impactos do forte El Niño no final de 2023/início de 2024.
“Como a demanda maior do que o normal e a hidrologia pior do que o normal continua, os reservatórios estão se esgotando mais rápido do que o esperado (uma diferença de quase 3 pontos percentuais em relação ao nosso modelo anterior)”, afirma Daniel Travitzky, que assina o relatório.
Para o Safra, se a hidrologia atual (70% da média de longo prazo) for mantida sem nenhum despacho térmico adicional, é esperado que os níveis dos reservatórios fiquem em 30% no final do ano de 2024 e 25% em 2025.
“Esses números são apertados, sugerindo, portanto, que seria necessário um despacho térmico adicional, em nossa opinião”, completa.
Nesse cenário, o Safra vê Eletrobras (ELET3), Copel (CPLE6) e Eneva (ENEV3) como principais beneficiadas. Veja as recomendações abaixo:
Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-alvo | Potencial* |
---|---|---|---|---|
Eletrobras | ELET6 | Compra | R$ 59,40 | 47% |
Copel | CPLE6 | Compra | R$ 12,30 | 31% |
Eneva | ENEV3 | Compra | R$ 15,80 | 25% |
* em relação ao fechamento da última segunda-feira (10)
Água lá embaixo, preços lá em cima
E a baixa nos reservatórios pode ocorrer, justamente, quando a demanda de energia está aquecida no Brasil. Em abril, o consumo de energia saltou 10,4%, a maior alta em cinco meses.
Para o Safra, é esperado volatilidade nos valores, com os preços aumentando, mas tudo depende da hidrologia, enquanto o despacho térmico deve ser maior este ano do que em 2023.
“Depois de considerar os cenários possíveis para a hidrologia nas estações úmidas de 2024/2025, esperamos mais despacho térmico a partir de agosto/setembro (de 10 GW a 11 GW, dependendo da hidrologia, em comparação com 8 GW em 2023) e um possível aumento nos preços à vista (os custos marginais já estão aumentando, embora ainda estejam em níveis baixos)”, discorre.
E com uma perspectiva para a hidrologia em 2025 ainda incerta, os contratos de energia nas plataformas de negociação já estão em alta (níveis médios acima de R$ 150 por MWh).