Safra de morte súbita e consumo em V basearam alta do etanol na usina, diz Canaplan
Quando os fatores externos ao setor indicavam que o etanol sairia da semana com preços mais acomodados nas usinas, ou até em queda, ainda sofreu mais um reajuste. A alta de 0,58%, com o litro líquido a R$ 2,0570, saiu da perspectiva sólida de produção encurtando rapidamente com o fim da safra se antecedendo.
A redução da gasolina em 5% na terça-feira e o petróleo que apontava para um crash de 10% na semana – cuja mínima consolidada abaixo de US$ 38 o barril sugere novo corte do combustível na refinaria – foram ignorados, segundo o levantamento de preços do biocombustível realizado pelo Cepea/Esalq.
“É a cara de safra com morte súbita”, diz Luiz Carlos Carvalho, CEO da consultoria Canaplan.
Ele ainda acrescenta a “volta em V do consumo”, fazendo referência ao termo econômico de recuperação da economia depois de queda intensa e que está na base do otimismo do ministro da Economia Paulo Guedes.
Apesar do crescimento considerado marginal pela Unica (entidade que rege as usinas no Centro-Sul) das vendas do hidratado na primeira metade de outubro, em 1,28 bilhão de litros – e que deixam os estoques folgados nas unidades produtoras – a sequência da segunda quinzena e das próximas semanas levaram as distribuidoras a “tancarem” mais o produto para o início da entressafra enquanto a oferta pode ficar mais restrita.
O etanol hidratado veio de seis altas semanais consecutivas, sendo que em outubro a gasolina teve um reajuste e duas reduções proporcionadas pela Petrobras (PETR3; PETR4), que não chegaram a influir em redução nas bombas dos postos.