Safra de laranja 2021/22 em SP/MG deve ser de 264,14 milhões de caixas
A safra de laranja 2021/22 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve alcançar 264,14 milhões de caixas de 40,8 kg.
O resultado corresponde a uma perda de 30 milhões de caixas em relação à expectativa inicial, de maio, o equivalente a 10,21%.
Em comparação com a previsão anterior, de setembro (267,87 milhões de caixas), a queda é de 1,39%. Os números fazem parte da segunda reestimativa do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), realizada com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/Unesp, divulgada nesta sexta-feira.
Conforme o estudo, da safra total, cerca de 23,46 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro.
O Fundecitrus explica em comunicado que as condições climáticas adversas nesta temporada, que incluem a mais severa seca em quase um século e sucessivas geadas, inibiram o crescimento das laranjas e aumentaram a queda prematura de frutos.
O volume acumulado de chuvas de maio a novembro de 2021 foi de 344 milímetros, em média nas regiões do cinturão citrícola, 31% abaixo da normal climatológica (1981-2020), de acordo com dados da Somar/Climatempo Meteorologia.
Segundo o Fundecitrus, esse padrão de chuvas inferior à média histórica ocorreu em 11 regiões com diferentes intensidades: -3% no Triângulo Mineiro; -18% em Bebedouro; -51% em Votuporanga; -13% em São José do Rio Preto; -26% em Matão; -42% em Duartina; -35% em Brotas; -30% em Porto Ferreira; -50% em Limeira; -42% em Avaré; e -30% em Itapetininga. Apenas na região de Altinópolis o volume de chuvas foi diferente das demais e ficou 16% acima da média.
“A estiagem intensa reduziu o nível de água dos rios e reservatórios, dificultando a disponibilidade até mesmo para os pomares com sistema de irrigação instalado, que abrangem mais de 30% da área do cinturão citrícola”, informa o Fundecitrus.
No geral, a gravidade da seca só começou a diminuir em outubro, único mês desde o início da safra em que as chuvas superaram a média histórica.
O quadro de chuvas observado, com estiagens regionalizadas, é típico do fenômeno climático La Niña, que está em atuação desde a primavera e deve se estender até o outono de 2022.
O Fundecitrus destaca, ainda, que a colheita avançou e, em meados de novembro, alcançou cerca de 65% da produção total, mas ainda está em ritmo mais lento que o normal por causa das condições climáticas desfavoráveis e da maior concentração de frutos de segunda florada.
A colheita das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi foi finalizada; das outras precoces, Valência Americana, Seleta e Pineapple, atingiu 90%; Pera Rio, 70%; Valência e Valência Folha Murcha, 43%; e Natal, 39%.