Safra curta dá resiliência ao hidratado na usina; Petrobras tem dois bons motivos para reduzir gasolina
O etanol hidratado está se mostrando resiliente na usina ao final desta semana, mesmo após duas altas firmes semanais consecutivas e forte corrosão de sua competividade frente à gasolina.
Duas tradings importantes notam esse quadro nesta sexta (20), a SCA Trading e Triex, com ambas acreditano em leve valorização ainda na origem.
A Triex, inclusive, observou o litro do etanol a região de Ribeirão Preto em torno de R$ 3,78, à vista, e até R$ 3,87 no prazo, segundo o executivo Paulo Strini.
A menor produção de hidratado – quando as indústrias estão se aproveitando dos preços do açúcar e do consumo mais dilatado do etanol anidro, em meio à quebra significativa da safra de cana -, favorecem o endurecimento das usinas nas suas ofertas. “Os próximos números da Unica vão mostrar a intensidade da quebra da cana com as últimas geadas”, diz Strini.
Contra, por exemplo, as quedas diárias, nesta semana, do biocombustível nas distribuidoras de Paulínia, como se verifica nos levantamentos do Cepea.
Inclusive, Martinho Ono, CEO da SCA, vê espaço para o renovável ceder nos postos também.
E o espaço para a gasolina também recuar existe, embora dependa diretamente da Petrobras (PETR4) em atender as duas variáveis que estão puxando o mercado para baixo.
Além do petróleo, que está abaixo de US$ 66 o barril, voltando às mínimas de maio, Ono chama a atenção da gasolina RBOB, nos Estados Unidos, em sequência de cinco dias de desidratação no mercado futuro.