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Safra: Brava (BRAV3) tem potencial de ‘pernada’ de mais de 60%; retorno de dividendos chega a dois dígitos

17 set 2024, 12:20 - atualizado em 17 set 2024, 14:26
Brava energia
Porém, se o investidor tiver paciência, poderá pegar uma pernada de alta de 64% nas ações. (Imagem: iStock/vadimrysev)

A Brava (BRAV3), nova empresa que surgiu a partir da 3R e Enauta, ainda não decolou na bolsa. Desde que estreou, a ação cai 4%, em meio ao petróleo fraco e notícias negativas, como a paralisação do campo Papa Terra, o maior da companhia.

Porém, se o investidor tiver paciência, poderá pegar uma pernada de alta de 64% nas ações. Pelo menos essa é visão do Safra. A recomendação é de compra e o preço-alvo de R$ 35.

O banco atualizou as expectativas da companhia. Segundo o analista Conrado Vegner, as ações da Brava são negociadas a um preço muito atraente de 2 vezes o EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional) para 2025.

Segundo o analista, a companhia está prestes a se tornar um importante ator independente no setor de petróleo e gás da América Latina.

“Com um portfólio diversificado e 500 milhões de boe de reservas comprovadas, esperamos que a sua produção exceda os 110 mil boed nos próximos anos, o que deve impulsionar o seu fluxo de caixa livre”, coloca.

De acordo com Conrado, o rendimento de fluxo de caixa livre será de 35% para 2025, o que deverá impulsionar a desalavancagem mais rapidamente, com uma dívida líquida/Ebitda de 0,8x no mesmo ano, criando espaço para pagamentos de dividendos potencialmente robustos.

“Estimamos que os dividendos sejam de 11% para 2025 e 2026, respectivamente, com base em uma taxa de pagamento de 25%”, calcula.

Apesar disso, os desafios não são poucos. Para o Safra, as barreiras de integração devem surgir, já que a empresa possui uma base de ativos dispersa, pois opera em seis bacias.

“No entanto, isso deve trazer oportunidades para agilizar sua carteira por meio de saídas de ativos não considerados essenciais, o que poderia acelerar a tendência de desalavancagem e reduzir a complexidade operacional”, diz.

Ao todo, a Brava terá sete ativos operacionais. Em 2025 e 2026, Potiguar, Papa Terra e Atlanta deverão representar
uma parcela relevante da produção consolidada (~80% nos dois anos). Nos dois próximos anos, o Safra projeta uma produção total de 118 mil barris de petróleo, impulsionada por valores mais altos dos campos de Papa Terra e Atlanta.

Sinergia da Brava será prioridade

Ainda segundo o relatório, a captura das sinergias da fusão desde o início será uma das principais prioridades da nova gestão.

Essas têm um valor presente líquido estimado de US$ 1,2 bilhão e estão relacionadas principalmente com a alocação de capital (que será realizada ainda em 2024) por meio da gestão do passivo e da utilização dos ativos fiscais.

Pelas projeções do Safra, as sinergias de captação e operação, decorrentes da redução de custos e otimização das operações, podem ser capturadas dentro de 6 a 12 meses, enquanto as sinergias comerciais podem levar até 24 meses para se materializar devido aos prazos dos contratos.

“Essas sinergias poderiam somar R$ 13,70/ação ao nosso preço-alvo; no entanto, não as consideramos em nosso modelo”,  destaca.

Os principais riscos para a tese incluem:

  1. preços do petróleo;
  2. execução e riscos geológicos;
  3. disponibilidade de equipamentos e equipamentos;
  4. mudanças nos marcos regulatórios e/ou fiscais;
  5. atrasos na obtenção de licenças ambientais; e
  6. riscos ambientais.

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