O novo passo da Sabesp (SBSP3) rumo à privatização
A Sabesp (SBSP3) informou nesta terça-feira (19) que o Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED) recomendou o início do procedimento para selecionar e contratar os bancos coordenadores e demais serviços necessários à oferta pública de ações que levará à privatização da companhia de saneamento.
O CDPED também recomendou que a Secretaria de Parcerias em Investimentos e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística tomem as providências para o encaminhamento do anteprojeto da lei de desestatização da Sabesp ao Gabinete do Governador.
Na avaliação da Genial Investimentos, a decisão “mostra clareza quanto ao interesse de avanço da lei da desestatização em tempo hábil à eleições municipais de 2024”. Para a corretora, as eleições do próximo ano são o maior risco de curto prazo ao cenário de privatização da Sabesp.
Em comentário, a gestora e corretora de recursos Mirae Asset diz que tem expectativas positivas para a Sabesp no pós-privatização.
“A empresa deve aumentar sua eficiência operacional, além de ampliar as possibilidades de captação de recursos, objetivando o cumprimento das metas de universalização dos serviços de saneamento até 2033”, afirma.
Por que desestatizar, segundo o governo
No início do mês, o Governo do Estado de São Paulo lançou um guia informativo a respeito da desestatização da Sabesp.
O documento traz um panorama geral dos desafios atuais da estatal e as potenciais vantagens que a privatização pode trazer ao modelo de negócio da companhia.
O governo avalia que existe a necessidade de novos investimentos para atender municípios fora da área de concessão da Sabesp, a maioria em áreas rurais ou urbanas irregulares consolidados.
O plano atual da Sabesp prevê, inicialmente, aportes de R$ 56 bilhões até 2033, mas para os municípios atendidos pela estatal. Com a privatização, os investimentos da empresa serão ampliados a R$ 66 bilhões, antecipando a universalização até 2029, diz o governo.
Pelas estimativas do governo, a desestatização da Sabesp deve levar saneamento a 10 milhões de pessoas até 2029, com inclusão de cerca de 1 milhão na área de cobertura.
Ainda, parte dos recursos da desestatização será utilizada para reduzir a tarifa sem comprometer com o caixa da Sabesp.
“Seu contratos atuais de prestação de serviço poderão ser prorrogados até 2060, proporcionando sustentabilidade econômico-financeira para a empresa. Com isso, ela poderá disputar com competitividade leilões de concessão pelo Brasil e em outros países, compartilhando o seu conhecimento técnico único e colaborando para evolução do saneamento em âmbito nacional”, defende o governo estadual de São Paulo.
Modelo de privatização
O governo paulista quer vender parte das ações na Sabesp via oferta subsequente de ações (follow-on).
De acordo com o governo estadual de São Paulo, com o follow-on, está sendo desenhada uma estrutura de governança que “permitirá que acionistas cuja experiência ajudem a Sabesp a crescer possam acumular uma participação societária relevante”.
“A ideia é trazer investidores que queiram permanecer na empresa e contribuir com seu conhecimento na gestão do negócio”, acrescenta.