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Sabesp (SBSP3): JP Morgan reitera recomendação após rali da privatização; confira

25 jul 2024, 9:43 - atualizado em 25 jul 2024, 9:43
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JP Morgan reitera sua recomendação de compra e tem Sabesp como top pick no setor de saneamento (Imagem: Facebook-Sabesp)

A Sabesp (SBSP3) foi finalmente privatizada, em um processo avaliado como bem-sucedido pelo JP Morgan. Com a conclusão do que foi a maior oferta de ações da história no setor de saneamento, o banco gringo reitera sua posição de compra, com preço-alvo de R$ 125 para o final de 2025, um potencial de alta de 41% considerando o preço de R$ 88,64 do último fechamento.

A oferta de ações que privatizou a companhia ocorreu na última sexta-feira (19), em R$ 67 por papel. De lá para cá, as ações acumulam alta de 8%.



Os analistas ponderam que os próximos trimestres deverão mostrar ao mercado uma nova administração, um novo plano de negócios, medidas de eficiência de custos e aceleração de investimentos.

Neste cenário, projetam uma redução real de 20% no OPEX/m³ (despesas operacionais) e um aumento de 45% na base de ativos regulatórios até 26 de dezembro, promovendo uma expansão de 55% no Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e 53% no EPS (lucro por ação) no período.

“Vemos a Sabesp sendo negociada a 7,5x/ 7,3x EV/Ebtida e 13,9x/13,4x P/E em 2024-2025E, oferecendo rendimentos médios de dividendos de 1,9% (com base em payout de 25%) e com uma TIR (Taxa Interna de Retorno) implícita de 11,8%”.

O banco pontua que estes são alguns dos múltiplos de avaliação mais atraentes dentro de sua cobertura no Brasil, baseados na longa duração e nos crescentes rendimentos de dividendos.

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Sabesp tem espaço para mais vantagens

O JP Morgan pontua quatro principais fatores a serem observados daqui em diante, que abrem mais espaço para vantagens. Nos próximos dois meses, veem como principal impulsionador das ações a definição do novo conselho e na nova equipe de gestão, tendo em vista quais serão os impactos para a gestão e estratégia da ex-estatal.

Já nos próximos 12 meses, apontam como os principais impulsionadores da Sabesp o desempenho do investimento e redução de custos, a melhoria da rentabilidade e aumento da alavancagem, o novo marco regulatório e, por fim, alocação de capital e política de dividendos.

Sobre o novo quadro regulamentar, o banco destaca que os novos contratos de concessão terminarão em 2060 (~36 anos) e terão 7 ciclos tarifários, com contabilização anual da base de ativos regulatórios (RAB), volume de mercado
e custos de forma retrospectiva até 2035.

Neste cenário, o primeiro ciclo tarifário terá que passar da privatização até 2030, a segunda de janeiro de 2031 até dezembro de 2035, e depois revisões tarifárias a cada 5 anos até 2060. A data do reajuste está sendo transferida para janeiro de cada ano. Ainda, a tarifa de equilíbrio será recalculada anualmente até 2035 para incorporar o CAPEX realizado no ano anterior.

“Mais importante ainda, o OPEX regulatório será fixado no primeiro ciclo, ou seja, até 2030, o que significa que todos os ganhos de eficiência obtidos pela Sabesp neste período não serão repassados aos acionistas, permitindo que a Sabesp embolse todo o desempenho superior”.

Privatização da Sabesp

Na última semana, a companhia de saneamento precificou sua oferta de ações em R$ 67 por papel, o mesmo valor ofertado pela Equatorial. A operação movimentou um total de R$ 14,8 bilhões, incluindo os R$ 6,8 bilhões pagos pela acionista de referência. A liquidação da oferta ocorreu na segunda-feira (23).

A empresa já operava por economia mista: o governo de São Paulo tinha cerca de 50% das ações. Mas a partir de agora está formalmente privatizada.

Após a oferta, o Estado ficará com cerca de 18% do capital e a Equatorial ficará com 15% das ações. Além disso, o estado também terá uma golden share, ou seja, o direito de vetar determinadas decisões.

Ainda de acordo com as informações da oferta, mais de 21 mil pessoas físicas compraram ações e se tornaram acionistas da Sabesp.