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Sabesp (SBSP3) ‘derrota’ mercado em último balanço como estatal; analista vê ‘segundo movimento de alta’

09 ago 2024, 13:56 - atualizado em 09 ago 2024, 14:02
Sabesp
A ação da Sabesp era destaque do Ibovespa (Imagem: Governo de São Paulo)

A Sabesp (SBSP3) deu adeus à gestão estatal com resultado forte e elogiado por analistas, com lucro líquido de R$ 1,20 bilhão no segundo trimestre de 2024, alta de 62,6%. O número bateu o consenso em 42%, que esperava cifra de R$ 743 milhões.

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Por volta das 13h19, a ação era destaque do Ibovespa, com alta de 3,32%, renovando recorde histórico, a R$ 95,77. Segundo o UBS-BB, a companhia de saneamento de São Paulo ‘derrotou’ o mercado, com o Ebitda, que mede o resultado operacional, superando as estimativas do banco em 21% e o consenso em 16%.

Entre os destaques, o banco cita:

  • aumento do volume faturado;
  • redução de custos e despesas (queda de 15%);
  • inadimplência diminuindo para 2,3% versus 2,9% no primeiro trimestre;

“A Sabesp está entregando ganhos de eficiência e surpreendendo o mercado desde o início, e esses resultados reiteram nossa visão positiva sobre a capacidade da empresa de entregar ganhos de eficiência e, ao mesmo tempo, continuar melhorando os parâmetros operacionais”, coloca.

Para o Safra, a empresa conseguiu entregar um bom controle dos custos operacionais, mesmo após ajuste por efeitos não recorrentes.

“Esperamos que a empresa continue a implementar iniciativas de ganho de eficiência e a acelerar a implementação de investimentos para cumprir as metas estabelecidas pelos novos contratos de concessão”, diz.

Em teleconferência de resultados, o CEO da Sabesp, André Salcedo, destacou que a empresa está focada em reduzir custos.

Questionado se a companhia observa leilões em outros estados, o executivo respondeu que sim, mas que é preciso aguardar o engajamento da Equatorial (EQTL3), que se tornou o acionista referência da companhia com a privatização.

Sabesp: Dê olho na privatização

Para os analistas, os resultados fecham com chave de ouro a fase estatal da Sabesp, que se tornará uma empresa privada. A operação movimentou um total de R$ 14,8 bilhões, incluindo os R$ 6,8 bilhões pagos pela acionista de referência.

Os recursos vão para o caixa do governo de São Paulo, que desse modo deixa de exercer o controle da empresa de saneamento. O total de ações considera a oferta base de 191,7 milhões de ações e um lote suplementar de 28,8 milhões.

A demanda da oferta de ações se tornou a maior da história, batendo em três vezes da Petrobras (PETR4) em 2010, que atingiu R$ 61 bilhões em pedidos.

Nesta semana, o Cade (Conselho de Administração e Defesa Econômica) aprovou o negócio.

“O grande evento de destravação de valor para a Sabesp seria a sua privatização, o que de fato ocorreu, com a ação se valorizando acima de 60% com relação ao nível que negociava antes do início do fluxo de notícias sobre a operação”, diz a Genial em relatório.

Para a corretora, a valorização não acabou, sendo parte desse movimento de alta referente a uma antecipação dos futuros resultados da companhia privatizada.

Com a Equatorial, o grupo deve anunciar nos próximos meses as medidas de curto prazo (“projeto 100 dias”) para melhora da eficiência e operação da empresa e efetivamente começar os trabalhos, incluindo a realização do ambicioso projeto de investir R$ 70 bilhões como parte da universalização dos serviços de água e esgoto.

“E é aqui que reside o segundo movimento de alta que podemos esperar para as ações da companhia, caso tudo venha a correr de acordo com o planejado”, completa.

Para o Itaú BBA, a estrutura regulatória final da Sabesp é bem equilibrada porque incentiva a empresa a buscar ganhos de eficiência enquanto compartilha parte desses ganhos com os consumidores.

“Temos uma visão otimista sobre o que o investidor estratégico, a Equatorial, trará para a mesa, acelerando o processo de recuperação e auxiliando a Sabesp a atingir a universalização dos serviços até 2029. Por fim, vemos o nome negociado a uma TIR (taxa interna de retorno) implícita de 12%, em linha com outras empresas de serviços públicos integrados de alta qualidade”, diz.

Os próximos passos para o negócio incluem:

  • anúncios de governança, incluindo um novo conselho de administração e equipe de gestão; e
  • anúncios da nova estratégia, prioridades e principais indicadores chave de desempenho;

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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