Sabesp (SBSP3): Analistas veem menos riscos após proposta de mudança de contratos
A proposta do governo de São Paulo de mudança nos contratos de serviços da Sabesp (SBSP3) mostra um caminho para uma estrutura regulatória de menor risco, disseram analistas.
A notícia é positiva para a empresa e seu processo de privatização, ressaltaram analistas. Por volta das 11h20, as ações da Sabesp subiam 0,46%, a R$ 61,31.
O governo de São Paulo, dentro do marco do saneamento, pretende substituir os diferentes contratos de concessão da Sabesp por um com um mesmo vencimento, prorrogando os prazos para 2060.
Ao mesmo tempo, a proposta oferece como contrapartida a antecipação em quatro anos, para 2029, de universalização de serviços de água e esgoto.
A Sabesp atende atualmente cerca de 370 cidades em São Paulo.
A proposta do governo do Estado ainda inclui “obrigação de atendimento, pela Sabesp, da população residente em núcleos urbanos informais consolidados e áreas rurais, de modo a abranger todo o território municipal; e o detalhamento dos investimentos a serem realizados em cada município”, afirmou a companhia em fato relevante ao mercado.
A Sabesp afirma que a proposta “reafirma os compromissos de aumento e antecipação de investimentos, redução de tarifas e melhoria dos serviços de saneamento”, mas não dá detalhes no comunicado sobre os preços que pretende cobrar ou o percentual de aumento dos investimentos.
Expectativa sobre cronograma da Sabesp
Analistas do Safra afirmaram que os novos termos chegam a tempo de permitir o cumprimento do calendário previsto para o processo de desestatização da Sabesp.
De acordo com eles, a expectativa é que a fase 1 do cronograma de privatização seja concluída em janeiro de 2024, enquanto a oferta de ações (follow-on) necessária para a privatização provavelmente será lançada em meados de 2024.
“Em nossa opinião, a assinatura da renovação do contrato pelos municípios mais relevantes é um passo importante para garantir o fluxo de receita da Sabesp e, consequentemente, a sustentabilidade do fluxo de caixa”, afirmaram Daniel Carabolante Travitzky e equipe em relatório a clientes.
Ao mesmo tempo que o Estado capitaneado por Tarcísio de Freitas está tentando convencer as prefeituras a aceitarem as mudanças nos contratos da Sabesp, o governo paulista está trabalhando no projeto de lei para permitir da privatização da companhia, um passo para previsto no marco do saneamento.
A equipe do Safra estima que o novo projeto de lei de privatizações deverá ser enviado à Assembleia Legislativa de São Paulo provavelmente até outubro ou novembro.
Para os analistas, as mudanças que estão sendo negociadas no marco regulatório para melhorar a atual estrutura tarifária e metodologia de revisão da Sabesp deve gerar fluxo de caixa adicional para investimentos e levar a retornos adequados, tornando a privatização possível.
*Com informações da Reuters