Sabesp (SBSP3): 5 motivos para comprar as ações, segundo o Goldman Sachs

O Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra para a Sabesp (SBSP3), estabelecendo um preço-alvo de R$ 114,50 para os próximos 12 meses, o que implica em um potencial de alta de 16,8%. Mais do que uma visão atrativa para a companhia de saneamento, está no radar dos analistas potenciais catalisadores que devem se materializar no futuro.
Privatizada em julho de 2024, a Sabesp tem a Equatorial (EQTL3) como sua acionista de referência, um fator bem recebido pelo mercado desde o processo de privatização. Pouco mais de seis meses após a transição, os analistas Bruno Amorim, Guilherme Bosso e Guilherme Martins, enxergam cinco potenciais vantagens para a companhia no horizonte.
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O primeiro catalisador apontado é a possibilidade de um reconhecimento mais rápido dos investimentos na base de ativos regulatórios (RAB) da empresa. No final de 2024, a Sabesp anunciou uma alteração em seu contrato de concessão para resolver um atraso de aproximadamente 18 meses entre a execução dos investimentos de capital e o reconhecimento das tarifas correspondentes.
Enquanto a precisão da metodologia ainda não tenha sido definida, no pior cenário, os analistas calculam um potencial de mais R$ 6 por ação, assumindo que os investimentos feitos no período de referência sejam compensados pelo custo médio ponderado de capital até o final do ano de referência.
No melhor cenário, o potencial de valorização pode chegar a R$ 18 por ação, caso esses investimentos sejam compensados até a data da revisão tarifária.
“Observamos, no entanto, que, em nossa opinião, a reação do preço das ações da SBSP3 sugere que nosso cenário de pior caso já está refletido no valor de mercado da empresa desde a data do anúncio”, ponderam os analistas.
Leilões de saneamento em São Paulo e Brasil
Outro fator relevante são os leilões de saneamento previstos em São Paulo e no restante do Brasil. Atualmente, cerca de 230 municípios paulistas ainda operam sob controle estatal.
“Em nossa opinião, essas estatais poderiam representar uma oportunidade de RAB (base de Aativos regulatórios) de cerca R$ 33 bilhões, próxima à área de atuação da Sabesp”.
Além disso, 133 desses municípios já aderiram ao programa UniversalizaSP, com leilões de privatização previstos para ocorrer já no segundo semestre de 2025, de acordo com as notícias. Para o Goldman Sachs, a Sabesp é a empresa mais bem posicionada para adicionar esses projetos ao seu portfólio.
Fora do estado de São Paulo, os analistas comentam que o Brasil conta com uma robusta agenda de leilões para os próximos dois anos, com uma despesa de capital (capex) total de cerca de R$ 87 bilhões.
“Em um cenário em que a Sabesp seja capaz de garantir os ativos atualmente nas regiões de distribuição de energia da Equatorial (em torno de 55%) com o mesmo modelo de privatização e avaliação do estado do Pará, vemos um potencial aumento de R$ 7 por ação”, dizem os analistas.
Quanto aos leilões esperados para outras regiões, é avaliado um aumento potencial de R$ 5 por ação.
Redução de custos e ineficiência da receita da Sabesp
Uma redução mais rápida das despesas operacionais também está no radar do Goldman Sachs como um catalisador para a Sabesp, sendo esta uma das principais oportunidades de criação de valor para a empresa, na avaliação dos analistas.
Enquanto na regulação anterior todos os ganhos de eficiência eram compartilhados com os consumidores, a nova regulação introduziu uma regra de compartilhamento escalonada para incentivar medidas recorrentes de corte de custos nos primeiros ciclos.
Dessa maneira, o Goldman Sachs espera que a Sabesp reduza sua despesa operacional (opex) unitário em 30% reais até 2030, mas destacam que a Equatorial foi capaz de reduzir as despesas de custos de pessoal/economia em suas quatro concessões de distribuição de energia legadas em 41% reais em menos de três anos.
“Caso a Sabesp atinja ganhos de eficiência alinhados com as reestruturações anteriores da Equatorial, vemos um potencial aumento de R$ 10 por ação em nossos números”.
A Sabesp ainda apresenta uma lacuna de ineficiência entre suas tarifas regulatórias e as receitas reais, que são atribuídas principalmente a descontos comerciais para grandes clientes, faturamento/medição incorretos e descompasso na combinação de tarifas.
Embora os analistas esperem que a lacuna total da receita diminua de cerca de 8% da receita bruta em 2024 para um estrutural 1% a partir de 2026, se a empresa atingir uma lacuna zero até 2026, calculam um potencial aumento de R$ 4 por ação nos números.