BusinessTimes

Sabesp, Sanepar e Copasa recuam com estimativas da economia com privatizações

14 out 2019, 16:32 - atualizado em 14 out 2019, 16:32
Sabesp
O problema é que o levantamento não leva em consideração às dividas dessas empresas (Imagem: Facebook)

Por Investing.com

Um estudo divulgado pelo governo federal para estimular os estados a vender suas companhias de saneamento básico não foi muito bem recebido pelo mercado, fazendo com que as ações das empresas operem em queda na sessão desta segunda-feira na bolsa paulista.

Assim, por volta das 16h28, as ações da Sabesp (SBSP3) recuavam 1,07% a R$ 49,92, com as da Sanepar (SAPR11) perdendo 0,87% a R$ 84,86, e as da Copasa (CSMG3) 0,49% a R$ 64,93.

O estudo realizado pelo Ministério da Economia, fez projeções nos casos da venda total dos ativos das companhias o que poderia levar a levantar um total de R$ 140 bilhões. O problema, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, é que o levantamento não leva em consideração às dividas dessas empresas. Assim, para chegar ao valor que de fato entrará nos caixas, há necessidade de descontar esses débitos.

A questão do marco que regula o setor está sendo discutido no Congresso Nacional, e o governo estima a aprovação em até duas semanas. De acordo com a Folha, o ministério der Paulo Guedes estima que a universalização do saneamento básico no país até 2033 não será cumprida sem privatizações.

A Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura fez uma avaliação das empresas que cuidam de tratamento de água e de coleta e tratamento de esgoto em 22 estados, sem que tivesse tido acesso aos dados de outros entres da federação.

Cálculo

A Secretaria avaliou dados das estatais sob poder dos governos regionais, que foram comparados de duas maneiras, usando técnicas de avaliação de empresas. Na primeira delas, calcularam os valores que as companhias do setor teriam se os estados vendessem 49% do patrimônio das empresas, mantendo o controle estatal. A segunda hipótese mediu os valores que seriam atingidos com a eventual venda de 100% do capital.

Assim, o resultado mostra que o potencial de ganho se multiplica quando é feita a privatização de 100% das companhias. Nessa hipótese, as 22 estatais analisadas valeriam R$ 139,7 bilhões. A opção de vender 49% da participação faria com que essa fatia das empresas valesse R$ 30,6 bilhões, ou apenas 22% do montante inicialmente projetado.

O estudo mostra que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo teria o maior valor de mercado, atingindo R$ 44,9 bilhões em caso de venda de 100% das ações.

Em seu balanço do segundo trimestre, a companhia informou possuir parte significativa da dívida financeira no valor total de R$ 6.375.877 em 30 de junho de 2019 (em 31 de dezembro de 2018 – R$ 6.694.912), atrelada ao dólar norte-americano e ao iene.