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Sabesp: investidores vão deixar balanço de lado e seguir atentos à privatização, avaliam analistas

13 nov 2020, 15:43 - atualizado em 13 nov 2020, 15:43
Sabesp
O lucro líquido da Sabesp atingiu R$ 421,6 milhões no terceiro trimestre do ano, representando uma queda expressiva de 65% em relação ao período de julho a setembro de 2019 (Imagem: YouTube/Sabesp)

Analistas do BTG Pactual (BPAC11) e da XP Investimentos tiveram impressões diferentes sobre os resultados do terceiro trimestre da Sabesp (SBSP3). Na avaliação do banco, os números vieram fracos no geral, especialmente pelo Ebitda ajustado de R$ 1,51 bilhão (contra a estimativa de R$ 1,64 bilhão).

“Os resultados foram mais uma vez prejudicados pelos impactos negativos da covid-19, como (i) R$ 65 milhões referentes à postergação da revisão tarifária, (ii) R$ 52 milhões de isenção de pagamento por parte dos consumidores de baixa renda e (iii) R$ 75 milhões em despesas com dívidas de inadimplentes. Ajustando esses dados, o Ebitda teria totalizado R$ 1,7 bilhão, superando-nos em 4%”, afirmaram os analistas Joao Pimentel e Fillipe Andrade, em relatório divulgado aos clientes.

Para a XP, os resultados superaram as expectativas. O lucro líquido de R$ 421,6 milhões, embora represente uma queda expressiva de 65% em relação ao período de julho a setembro de 2019, bateu os R$ 319,7 milhões projetados pela corretora.

“Temos uma avaliação ligeiramente positiva dos resultados da Sabesp no terceiro trimestre de 2020, dado que os números do Ebitda ajustado e do lucro líquido vieram um pouco acima das nossas estimativas, mas abaixo do consenso de mercado”, comentou.

Privatização

Mesmo ficando satisfeita com o balanço da Sabesp, a XP acredita que os investidores não vão focar muito nos números trimestrais. As ações ficarão à mercê das incertezas envolvendo o processo de privatização da Sabesp.

“Em nossa opinião, os investidores devem monitorar daqui pra frente: (i) quaisquer sinalizações do Governo do Estado de São Paulo a respeito de uma decisão final sobre uma potencial privatização ou capitalização da Sabesp, (ii) o resultado das eleições municipais, em particular os municípios mais relevantes para a Sabesp (região metropolitana de São Paulo) e (iii) o desenrolar do terceiro ciclo de revisão tarifária da companhia”, listou a XP.

A recomendação da corretora para a ação segue, portanto, como neutra, com preço-alvo de R$ 54.

O BTG também tem uma visão cautelosa sobre a desestatização da Sabesp. De acordo com o banco, qualquer movimento que leve a esse processo deve acontecer apenas em 2021. No entanto, a recomendação de compra do papel foi reiterada por conta do valuation atraente, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 57.

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