Sabesp: ações estão baratas e podem subir 40%, aponta Mirae
Apesar do resultado mais fraco no terceiro trimestre de 2020, a Mirae reafirmou a recomendação de compra da Sabesp (SBSP3), com preço-alvo de R$ 62,49, o que implica em valorização de 40%, mostra relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (18).
Segundo a corretora, os papéis da empresa estão descontados, negociado a uma relação EV/Ebitda de 6,9 vezes para 2020.
“Como eventos que possam justificar uma variação nas ações da Sabesp, vemos o resultado das eleições municipais em novembro e discussões sobre a revisão tarifária nos próximos meses”, afirmou.
A empresa encerrou o terceiro trimestre com um lucro ajustado de R$ 398 milhões, acima do esperado pela Mirae. Por outro lado, a receita líquida decepcionou, com queda de 28% em relação ao ano passado.
De acordo com a corretora, o número foi impactado pela queda no volume faturado nas categorias comercial, industrial e pública, resultando em uma redução de aproximadamente R$ 275 milhões. A receita das categorias “Residencial Social” e “Residencial Favela” também caíram R$ 21,7 milhões.
Privatização
Esperada por muitos investidores, a privatização da companhia ainda é incerta, de acordo com a Mirae. Já a XP Investimentos acredita que as ações ficarão à mercê das incertezas envolvendo o processo de privatização.
“Em nossa opinião, os investidores devem monitorar daqui pra frente: (i) quaisquer sinalizações do Governo do Estado de São Paulo a respeito de uma decisão final sobre uma potencial privatização ou capitalização da Sabesp, (ii) o resultado das eleições municipais, em particular os municípios mais relevantes para a Sabesp (região metropolitana de São Paulo) e (iii) o desenrolar do terceiro ciclo de revisão tarifária da companhia”, listou a XP.
A recomendação da corretora para a ação segue, portanto, como neutra, com preço-alvo de R$ 54.
O BTG também tem uma visão cautelosa sobre a desestatização da Sabesp. De acordo com o banco, qualquer movimento que leve a esse processo deve acontecer apenas em 2021.
No entanto, a recomendação de compra do papel foi reiterada por conta do valuation atraente, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 57.