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Sabe quanto a Bolsa sobe após um circuit breaker? 32% em 50 dias

10 mar 2020, 13:52 - atualizado em 10 mar 2020, 13:52
Na média, o mercado avança 32% após 50 dias de um evento dessa ordem, calcula o analista Daniel Gewehr (Imagem: @nate_dumlao)

Dizem que o primeiro circuit breaker – mecanismo que interrompe o mercado após uma baixa de 10% para acalmar os ânimos – a gente nunca esquece. Pode até ser verdade, considerando que apenas na segunda-feira (10) o Ibovespa (IBOV) derreteu até 12%. Foi a pior queda desde 1998.

“Além do medo do surto de coronavírus, que vem reduzindo os preços dos ativos desde janeiro, esse declínio foi impulsionado pela guerra de preços do petróleo entre os membros da OPEP+“,/ explica o analista Daniel Gewehr, do Santander.

Mas outro motivo pode ser culpado pelo fato de que um circuit breaker é inesquecível: a forte alta que vem depois dele.

Segundo os cálculos de Gewehr, na média, o mercado avança 32% após 50 dias de um evento dessa ordem. São “lições do passado”, mas que ajudam, pelo menos, a pintar um futuro mais bonito.

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O que está precificado

Em seu relatório, o analista também pontuou que o Ibovespa está precificando, tudo mais constante, “quase zero crescimento de lucros nos próximos 2 anos, com 1,84 p.p. adicionais de deterioração na curva de longo prazo”.

Ele lembra, contudo, que as empresas listadas apresentaram um crescimento de lucros de dois dígitos nos últimos 3 anos, mesmo com um crescimento do PIB de 1,3% ou menos.

“Continuamos compradores de Bolsa, focando naqueles ativos assemelhados à renda fixa (bond proxy, ou seja, utilities principalmente), em nossas teses seculares (educação e cuidados de saúde) e líderes com oportunidades de reinvestimento”, conclui.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
gustavo.kahil@moneytimes.com.br
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.