Rússia usa mísseis hipersônicos em uma das maiores ofensivas aéreas na Guerra da Ucrânia
A Rússia lançou um ataque de grandes proporções na madrugada dessa quinta-feira (9). Segundo reportado pela imprensa internacional, foram disparados ao menos 81 mísseis, seis dos quais são modelos hipersônicos.
O Kremlin também utilizou drones em 13 das 24 regiões do país. Em Lviv, cidade próxima da fronteira com a Polônia e usualmente poupada dos bombardeios, foi um dos alvos mais atingidos. Dos 11 civis mortos pela ação, cinco deles estavam localizados na cidade.
A capital Kiev também não foi poupada, estando quase 40% da área urbana sem energia e aquecimento, notificou o prefeito. Em declaração nas redes sociais, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky descreveu as horas do assalto como uma “noite muito difícil”.
O ataque aéreo levou a danos na infraestrutura energética ucraniana, ocasionando blecautes em diversas regiões, entre elas, a da usina nuclear de Zaporijia.
A disrupção nas linhas de energia da usina ocasionadas pelo ataque levaram a um novo alerta da Agência Internacional de Energia Atômica, que afirma esta ter sido a sexta vez que a usina perde toda a sua energia externa, precisando perar em modo de emergência.
O Ministério da Defesa da Rússia alegou que o ataque foi uma retaliação aos ataques em Briansk, região de fronteira entre Rússia e Ucrânia, no fim da semana passada, quando grupos armados desferiram tiros contra as forças policiais locais.
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Guerra da Ucrânia: 1 ano após, chances de negociação diplomática são ínfimas
A guerra da Ucrânia entra no segundo ano de conflito sob um estado de impasse e elevação do tom bélico por parte de Putin e da aliança ocidental, capitaneada pelos EUA.
De acordo com Christopher Garman, diretor das Américas da Eurasia Group, a possibilidade de uma escalada do conflito, com envolvimento direto da Otan, aumentou para 30% após o envio de mais de cem tanques dos países ocidentais para as linhas de combate da Ucrânia.
Deste cenário, há 10% de chance de que a Rússia empregue táticas nucleares na Ucrânia. Ataques cibernéticos à infraestrutura de países da aliança militar ocidental também se apresentam como risco de escalada do conflito.
Uma ‘linha vermelha’ citada pela Eurasia para um possível uso de armas nucleares seria a tentativa ucraniana e da aliança ocidental de reconquista da Criméia, anexada por Moscou em 2014 após os eventos que levaram à deposição do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych.
O diretor da Eurasia também salienta a falta de perspectiva por uma saída diplomática do conflito, das condições atuais, uma vez que oficiais do governo ucraniano não devem aceitar nenhuma proposta que não passe pela restituição integral do seu território.
Nesse sentido, o prolongamento da guerra continua alimentando riscos geopolíticos aos mercados globais, servindo de gatilho para mais pressões inflacionárias e piora da eficácia econômica.