Rússia-Ucrânia: Como se proteger da volatilidade dos mercados, segundo UBS
O medo de uma invasão na Ucrânia por parte da Rússia aumenta a volatilidade dos mercados, segundo relatório do UBS divulgado nesta sexta-feira (18).
Mas, para o banco, os investidores têm armas para se proteger dessa situação.
Segundo o UBS, “é importante lembrar que ainda estamos em um ambiente de robusto crescimento econômico e de lucros” e levar em conta três pontos.
Em primeiro lugar, o banco sugere que os investidores façam uma diversificação maior das carteiras e tenham visão a longo prazo.
O relatório aponta que “rebaixamentos impulsionados pela geopolítica e eventos de estresse geralmente têm curta duração para carteiras bem diversificadas”. A segunda dica do banco é considerar hedges geopolíticos, incluindo commodities.
“Alocações para commodities e estoques de energia são uma opção atraente, em nossa opinião, para ajudar os investidores a proteger os riscos da carteira. Os preços da energia provavelmente subiriam no caso de uma escalada na situação, e independentemente da situação na Ucrânia, esperamos que os preços do petróleo subam ainda mais este ano graças ao aumento demanda e oferta um pouco restrita”, explicam os analistas.
Por último, o UBS pede que as pessoas “se preparem para as taxas crescentes”, “inclinando-se para partes do mercado que podem ter desempenho superior diante de juros mais altos”.
“O setor financeiro, por exemplo, se beneficia com taxas mais altas, graças a uma maior receita líquida de juros. Também esperamos que setores de valor cresçam, como o de tecnologia, que enfrentam os maiores ventos contrários das taxas crescentes. Em renda fixa, vemos as principais instituições que fazem empréstimos oferecendo alguma proteção por conta de sua estrutura capaz de ‘flutuar’ as taxas”, dizem os analistas.
Retrato de mercado
Nas últimas 24 horas, os ativos de risco enfrentaram a sensibilidade das notícias sobre a tensão entre Ucrânia e Rússia.
Na quinta-feira (17), o S&P 500 caiu 2,1% e o Nasdaq, pesado em tecnologia, perdeu 2,9%. O petróleo bruto Brent caiu para perto de US$ 92,50 por conta das negociações EUA-Irã e de medidas de abastecimento saudita em caso de qualquer conflito.
No mesmo dia, o secretário de estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse ao Conselho de Segurança da ONU que a Rússia está “se preparando para lançar um ataque contra a Ucrânia nos próximos dias”, e pode envolver “um verdadeiro ataque usando armas químicas”.
Já na quinta, Blinken concordou em se encontrar com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, na próxima semana, o que deve colocar panos quentes em cima da crise e reduzir o conflito.
Segundo o UBS, “os esforços diplomáticos acabarão levando para uma diminuição das tensões”.
“Isso pode levar vários meses, durante os quais a possibilidade de surtos como o que estamos experimentando agora permanece elevada. Mas acreditamos que ambos os lados irão, em última análise, calcular que o conflito militar tem um custo econômico e político muito alto para valer a pena”, dizem os analistas.
O UBS ainda afirma que, “em caso de conflito, sanções mais rígidas por parte do Ocidente prejudicariam seriamente as perspectivas de crescimento de longo prazo da Rússia, e o sentimento doméstico pode azedar rapidamente, como os protestos na Bielorrússia em 2020, na Rússia no início de 2021 e Cazaquistão este ano ilustram”.