Rússia sugere novo acordo à Opep para combater colapso da demanda por petróleo
Um novo acordo da Opep+ para equilibrar os mercados de petróleo poderá ser possível se outros países se unirem, afirmou Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia, acrescentando que os países também devem cooperar para atenuar as consequências econômicas do coronavírus.
Um pacto entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros produtores, incluindo a Rússia (conhecido como Opep+), colapsou no início do mês.
O acordo anterior visava limitar a produção de petróleo para apoiar os preços, que acabaram despencando após países como a Arábia Saudita iniciarem uma guerra por participação de mercado.
“Ações conjuntas dos países são necessárias para restaurar a economia (global)… Elas (ações conjuntas) também são possíveis no quadro do acordo da Opep+”, disse Dmitriev, chefe do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF, na sigla em inglês), à Reuters em entrevista por telefone.
Dmitriev e o ministro da Energia Alexander Novak foram os principais negociadores da Rússia no acordo de corte de produção com a Opep. O acordo existente expira em 31 de março.
“Estamos em contato com a Arábia Saudita e vários outros países. Com base nesses contatos, vemos que se o número de membros da Opep+ aumentar e outros países ingressarem, existe a possibilidade de um acordo conjunto para equilibrar os mercados de petróleo”.
Dmitriev se recusou a dizer quem os membros do novo acordo deveriam ou poderiam ser. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na semana passada que se envolveria na guerra de preços do petróleo entre a Arábia Saudita e a Rússia no momento apropriado.