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Rússia quer seguir acordo da Opep+ e desacelerar cortes em julho

27 maio 2020, 7:31 - atualizado em 27 maio 2020, 7:31
Sede da Opep, em Viena
A Opep e parceiros fecharam um acordo histórico no mês passado para reduzir a oferta em meio à queda da demanda causada pela pandemia de coronavírus (Imagem: REUTERS/Leonhard Foeger)

A Rússia está determinada a começar a desacelerar os cortes da produção de petróleo em julho, cumprindo os termos do acordo da Opep+ alcançado em abril, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A Opep e parceiros fecharam um acordo histórico no mês passado para reduzir a oferta em meio à queda da demanda causada pela pandemia de coronavírus.

Ficou acordado que os cortes diminuiriam a partir de julho. Mas, desde então, a Arábia Saudita, tenta sustentar o mercado com cortes extras e aliados do Golfo seguiram o exemplo.

Enquanto a Opep+ se prepara para se reunir dentro de duas semanas, os membros ponderam se devem estender os cortes ou reduzi-los.

Três autoridades russas e dois profissionais do setor, que falaram sob condição de anonimato, disseram que a posição do país é manter o plano.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres na terça-feira que o acordo é “sem dúvida um sucesso” e que os países vão observar a evolução da situação antes de tomar uma decisão na reunião de 9 e 10 de junho.

O acordo de abril, que marcou o fim da guerra de preços entre os governos de Moscou e Riad, ajudou a reduzir o excesso de oferta global e sustentar o mercado.

O petróleo tipo Brent era negociado em torno de US$ 35,60 o barril na manhã de quarta-feira em Londres, valorização superior a 70% do que há um mês, já que a flexibilização das medidas de isolamento social aumentam lentamente a demanda. Mas os preços nesses níveis ainda pesam no orçamento da Rússia.

Na terça-feira, petrolíferas russas discutiram o futuro do acordo da Opep+ com o ministro da Energia, Alexander Novak, incluindo a possibilidade de estender os cortes mais profundos por mais dois meses, segundo o jornal Kommersant, mas não chegaram a um consenso.

O petróleo tipo Brent era negociado em torno de US$ 35,60 o barril na manhã de quarta-feira em Londres (Imagem: Pixabay)

A Arábia Saudita, líder de fato da Opep, pressiona por uma extensão, disse o Kommersant, citando uma pessoa não identificada.

A Rosneft PJSC, responsável por cerca de 40% da produção do país, tem limitado os fluxos de petróleo para cumprir a cota.

Porém, nos próximos três meses, serão analisados os “fechamentos completos e a conservação a longo prazo de alguns dos projetos de maior custo”, disse o diretor financeiro Pavel Fedorov neste mês.

Sob o acordo da Opep+, as empresas russas devem reduzir a produção de petróleo proporcionalmente em 2,5 milhões de barris por dia em maio e junho, abaixo dos cerca de 11 milhões por dia.

Os cortes serão, em média, de 2 milhões de barris por dia até o final do ano, atingindo 1,5 milhão por dia até abril de 2022.