Rússia prende 150 pessoas em Moscou, incluindo líderes da oposição a Putin
A polícia russa prendeu neste sábado cerca de 150 pessoas em uma reunião de políticos independentes e de oposição em Moscou, acusando-as de terem ligações com uma “organização indesejável”, disseram um grupo de monitoramento e uma emissora de TV.
As prisões aconteceram em meio a uma repressão de críticos do Kremlin, após a detenção do político de oposição Alexei Navalny, que retornou à Rússia em janeiro depois de se recuperar de envenenamento na Sibéria.
O fórum, marcado para sábado e domingo, era uma reunião de representantes municipais de todo o país, disse Andrei Pivovarov, organizador do evento e diretor-executivo da Open Russia, grupo sediado no Reino Unido e financiado pelo exilado magnata do petróleo e crítico do Kremlin, Mikhail Khodorkovsky.
Quando a reunião começou, a polícia entrou no prédio e começou a prender os participantes, levando-os a vans da polícia que esperavam do lado de fora, mostraram imagens da emissora TV Rain e de agências russas de notícias.
O OVD-Info, que monitora a prisão de manifestantes políticos e ativistas, publicou uma lista com mais de 150 pessoas que, segundo o grupo, foram presas.
“A polícia chegou ao fórum de deputados municipais em Moscou. Há 150 pessoas aqui de todo o país. Todos foram detidos. Repito: todos”, escreveu a política da oposição Ilea Yasmin no Twitter.
Vladimir Kara-Murza, vice-presidente da Fundação Free Russia, organização sem fins lucrativos sediada em Washington, compartilhou uma imagem de dentro da van da polícia após ter sido preso.
A polícia afirmou que todos os participantes foram detidos pelas “atividades de uma organização indesejável”, segundo a emissora TV Rain.
A Open Russia está entre mais de 30 grupos que Moscou taxou de indesejáveis e que foram proibidos sob uma nova lei adotada em 2015.
Ativistas de direitos humanos dizem que leis sobre organizações “indesejáveis” e “agentes estrangeiros” podem ser usadas para pressionar ou atingir membros da sociedade civil. A Rússia nega e afirma que as leis são necessárias para proteger a segurança nacional de interferência externa.