Rússia precisa desfazer estímulo de 2020 enquanto economia se recupera, diz vice-ministro
A Rússia precisa normalizar seu Orçamento e sua política monetária mais rápido que o imaginado, já que a inflação alta sugere que Moscou acrescentou mais estímulo fiscal que o necessário para apoiar a economia durante a pandemia, disse o vice-ministro das Finanças, Vladimir Kolychev.
Enfrentando a queda dos preços do petróleo, sua principal exportação, e outros impactos da Covid-19 nos negócios e famílias, a Rússia mergulhou em seu fundo soberano e tomou emprestado um recorde de 5,3 trilhões de rublos (69,71 bilhões de dólares) em 2020 para tapar buracos no Orçamento.
A economia russa contraiu apenas 3% no ano, nível menor que o esperado e superando uma economia global, que encolheu 4,3%, segundo o Banco Mundial.
A inflação acelerou, entretanto, atingindo 5,8% em março – a maior desde o final de 2016.
“O padrão de inflação sugere que a economia não apenas se recuperou, mas o tamanho do estímulo foi provavelmente maior que o necessário. Caso contrário, não teríamos uma inflação tão alta”, disse Kolychev em entrevista à Reuters.
Tendo reduzido a taxa básica para uma mínima recorde de 4,25% na metade de 2020, o banco central já começou a aumentar os custos dos empréstimos este ano para controlar os preços ao consumidor.
O banco prevê que a economia retornará aos níveis pré-pandemia até o final de 2021.
A inflação acima da meta de 4% deve levar o banco central a subir os juros novamente nesta sexta-feira, de acordo com uma pesquisa da Reuters.