Rússia orienta Otan a deixar Europa Oriental e ficar longe da ex-URSS
A Rússia disse nesta sexta-feira que quer uma garantia legal de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desistirá de qualquer atividade militar na Europa Oriental e na Ucrânia, parte de uma lista de desejos de garantias de segurança ambiciosas que quer negociar com o Ocidente.
As exigências formam um pacote que o governo russo diz ser uma solicitação essencial para reduzir as tensões na Europa e desarmar uma crise a respeito da Ucrânia. Países ocidentais acusam a Rússia de ter intenções de invadir a Ucrânia, o que Moscou nega.
Mas os pedidos também contêm elementos que o Ocidente já descartou, como um veto russo efetivo a uma filiação ucraniana à Otan.
Ao apresentar as exigências em detalhes pela primeira vez, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, disse aos repórteres que a Rússia e o Ocidente precisam reconstruir as relações passando-as em pratos limpos.
“A linha adotada pelos Estados Unidos e pela Otan nos últimos anos de intensificar agressivamente a situação de segurança é absolutamente inaceitável e extremamente perigosa”, disse ele.
“Washington e seus aliados da Otan deveriam interromper imediatamente as ações hostis frequentes contra nosso país, incluindo exercícios imprevistos, aproximações e manobras perigosas de navios e aviões militares, e interromper o desenvolvimento militar do território ucraniano”, disse.
Sam Greene, professor de políticas russas do King’s College de Londres, disse no Twitter que o presidente Vladimir Putin está “traçando uma linha ao redor do espaço pós-soviético e plantando uma placa de ‘Mantenha distância'”.
“Isso não pretende ser um tratado: é uma declaração”, afirmou.