Internacional

Rússia invade a Ucrânia: Países condenam decisão de Putin

24 fev 2022, 4:23 - atualizado em 24 fev 2022, 11:08
Ucrânia foi invadida pela Rússia nesta quinta (Imagem: REUTERS/Umit Bektas)

A Rússia invadiu a Ucrânia em um processo de envio de militares ao país vizinho às 5h da manhã no horário de Kiev  desta quinta-feira (24).

A invasão pode ser o início de uma guerra na Europa devido às exigências do presidente russo, Vladimir Putin, pelo fim da expansão da Otan para o leste.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para a população do país mais cedo, pedindo para que os cidadãos “não entrem em pânico”.

“Somos fortes, estamos prontos para tudo”, disse ele em vídeo publicado pela CBS News.

Em seu perfil no Twitter, Zelensky afirmou que a”a Rússia atacou traiçoeiramente nosso estado pela manhã, como a Alemanha nazista fez na Segunda Guerra Mundial”.

“A partir de hoje, nossos países estão em lados diferentes da história mundial. A Rússia embarcou em um caminho do mal, mas a Ucrânia está se defendendo e não desistirá de sua liberdade, não importa o que Moscou pense”, continuou a postagem.

Em uma publicação feita no perfil oficial da embaixada do Reino Unido na Ucrânia, foi afirmado que “Putin iniciou uma guerra não provocada contra a Ucrânia, uma guerra contra a Europa, uma guerra contra o mundo inteiro”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou por meio de um comunicado que o ataque foi “não provocado e injustificado”, dizendo ainda que a Rússia “escolheu uma guerra que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano”.

“Somente a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de maneira unida e decisiva”, disse Biden.

Ursula von der Leyen, presidente da União Europeia, seguiu a mesma linha de Biden para falar sobre a invasão em seu perfil no Twitter.

“Condenamos veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia. Nestas horas sombrias, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as mulheres, homens e crianças inocentes que enfrentam esse ataque não provocado e temem por suas vidas. Vamos responsabilizar o Kremlin”, afirmou.

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, por sua vez, estava fazendo um pronunciamento quando as primeiras notícias sobre a invasão surgiram e, segundo o site Kyodo News, Kishida afirmou que “o Japão trabalhará em estreita colaboração com os países do G-7 em resposta à crise”.

“É muito importante que a comunidade internacional se una e mostre sua forte vontade”, disse ele.

Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, também se pronunciou sobre a situação, dizendo que “o presidente Putin escolheu um caminho de derramamento de sangue e destruição ao lançar este ataque não provocado à Ucrânia”. Johnson afirmou ainda que entrou em contato com Zelensky para “discutir os próximos passos”.

Também no Twitter, o presidente francês Emmanuel Macron condenou “veementemente a decisão da Rússia”.

“A França condena veementemente a decisão da Rússia de fazer guerra à Ucrânia. A Rússia deve encerrar suas operações militares imediatamente”, disse.

O primeiro-ministro português, por sua vez, afirmou em sua conta na rede social que “irá se reunir com o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o Ministro da Defesa Nacional e o CEMGFA” para discutir a situação entre os dois países.

O primeiro-ministro autraliano, Scott Morrison, disse em uma entrevista coletiva que “a Rússia escolheu a guerra”, segundo o New York Times. Durante a entrevista, Morrison “condenou a invasão brutal da Ucrânia e denunciou as ações hostis unilaterais” da Rússia.

Segundo o NYT, o primeiro-ministro “pediu ao governo russo que se retire e prometeu que a Austrália imporia mais sanções econômicas contra autoridades e entidades russas à medida que identificasse os responsáveis ​​por esses atos flagrantes”.

Dmytro Kuleba, ministro de relações exteriores da Ucrânia, tuitou que “Putin atacou, mas ninguém está fugindo. O exército, diplomatas, todos estão trabalhando. A Ucrânia está lutando. A Ucrânia vai se defender. A Ucrânia vai ganhar”.

Já o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse que “apesar das contínuas advertências e esforços diplomáticos da comunidade internacional, houve uma lamentável invasão armada na Ucrânia”, adicionando que “o uso da força que causa vítimas inocentes não se justifica em nenhum caso, e a soberania e a preservação territorial da Ucrânia devem ser garantidas”.

Segundo o NYT, a Coreia do Sul afirmou que irá se juntar aos demais países que anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

Em entrevista à FoxNews, o ex-presidente norte-americano Donald Trump afirmou que a invasão da Ucrânia pela Rússia não teria acontecido em sua administração.

“Eu não acredito que ele [Putin] queria fazer isso inicialmente. Acho que ele queria fazer algo e negociar e ficou cada vez pior”, disse. “Ele viu a fraqueza [Putin viu fraqueza em Biden] – quando realmente começou com a fraqueza no Afeganistão. A maneira como eles saíram do Afeganistão. Eu realmente acredito que é onde ele começou a pensar que poderia fazer isso”, continuou.

Trump ainda afirmou que o ataque “é uma coisa muito triste para o mundo, para o país e certamente é muito triste para muitas pessoas que serão mortas desnecessariamente”.

Uma porta-voz do ministério chinês nesta quinta-feira (24), se recusou a condenar o ataque da Rússia à Ucrânia, afirmando que “o pano de fundo do conflito é muito complicado”.

Segundo o New York Times, Hua Chunying, não descreveu o ataque como uma “invasão”, dizendo ainda que o termo é uma “formulação preconcebida”.

O mesmo acontece com o México, que evitou citar o nome da Rússia. Em um tuite, Marcelo Ebrard, ministro de Relações Exteriores do país, afirmou que “rejeita o uso da força, reitera seu apelo por uma solução política para o conflito na Ucrânia e apoia o secretário-geral da ONU em favor da paz”.

*Mais informações em instantes 

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