Rússia está usando criptomoedas para driblar sanções, diz Banco Central Europeu
Empresas e pessoas da Rússia estão recorrendo às criptomoedas para driblar as sanções econômicas, disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
O volume de rublos (RUB) — moeda nacional russa — sendo convertido em criptomoedas atingiu o maior nível desde maio de 2021, afirmou a presidente.
Lagarde acrescentou que os criptoativos “certamente estão sendo usados como um meio para desviar das sanções impostas por muitos países contra a Rússia e um número específico de agentes”.
Segundo o Business Insider, a ideia de que a Rússia pode usar criptomoedas para evadir as sanções dividiu opiniões na indústria cripto.
Alguns dizem que as criptos representam uma oportunidade para o país reduzir os impactos econômicos decorrentes das sanções, enquanto outros desconsideram essa possibilidade.
Embora o setor privado russo possa estar recorrendo a cripto, o setor público aparenta estar seguindo um caminho diferente.
Na semana passada, especialistas da indústria cripto disseram a legisladores dos Estados Unidos que não há indícios de que o governo de Vladimir Putin esteja usando criptomoedas para driblar as sanções.
Segundo o vice-diretor da Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN), dos EUA, “não é possível mudar ‘da noite para o dia’ e comandar uma economia do G-20 com criptomoedas”.
O diretor de assuntos legais e governamentais da TRM Labs, Ari Redbord, disse, no início do mês, que acredita ser improvável que o governo da Rússia use criptomoedas para evadir as sanções.
“A combinação da falta de liquidez no mercado cripto para sustentar a economia russa e de controles rígidos de compliance nas corretoras cripto tornarão impossível para o Banco Central russo movimentar qualquer cripto”.
BC da Rússia aprova emissão de ativos digitais
Porém, na semana passada, o Banco Central aprovou a emissão de ativos digitais pelo maior banco da Rússia, Sberbank.
Após a aprovação, companhias russas poderão emitir seus próprios ativos financeiros digitais, os quais “possibilitarão que elas atraiam investimentos do mercado”, consta no anúncio feito pelo banco.
A recente aprovação acende um novo alerta, pois indica um possível aumento nas chances de a Rússia driblar as sanções.
As empresas também poderão adquirir esses ativos, o que possibilitará que elas “invistam seus fundos atualmente ociosos para gerar renda”.
O fato de que companhias poderão atrair investimentos a partir da emissão de seus próprios ativos financeiros digitais, e a necessidade de “uma adaptação da estrutura regulatória”, como disse Sergey Popov, diretor da Divisão de Transações de Negócios, apontam para um potencial meio de desvio das sanções.
