Rússia

Rússia diz que enviar forças internacionais de paz para Ucrânia seria “muito imprudente”

23 mar 2022, 7:55 - atualizado em 23 mar 2022, 7:55
Perguntado sobre a iniciativa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: “Seria uma decisão muito imprudente e extremamente perigosa” (Imagem: Sputnik/Sergey Guneev/Kremlin via REUTERS)

A Rússia condenou nesta quarta-feira o que chamou de uma proposta “imprudente” da Polônia de enviar forças internacionais de paz para a Ucrânia e advertiu que isso poderia levar a um confronto direto entre as forças russas e as da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A Polônia disse na sexta-feira passada que apresentaria formalmente uma proposta para uma missão de paz na Ucrânia na próxima cúpula da Otan.

Perguntado sobre a iniciativa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: “Seria uma decisão muito imprudente e extremamente perigosa”.

Ele disse aos repórteres em uma teleconferência que qualquer possível contato entre as forças russas e da Otan “poderia ter consequências claras que seriam difíceis de reparar”.

A Rússia enviou dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro no que chamou de uma operação especial para destruir as capacidades militares de seu vizinho do sul e expulsar pessoas que chamou de nacionalistas perigosos.

As forças ucranianas montaram uma forte resistência e o Ocidente impôs sanções severas à Rússia, num esforço para forçá-la a retirar suas tropas.

Falando em Kiev na semana passada, o líder do partido governista da Polônia, Jaroslaw Kaczynski, disse: “Penso que é necessário ter uma missão de paz –a Otan, possivelmente alguma estrutura internacional mais ampla– mas uma missão capaz de se defender, que operará em território ucraniano”.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também atacou a proposta em comentários aos funcionários e estudantes do Instituto Estadual de Relações Internacionais de Moscou nesta quarta.

“Este será o choque direto entre as Forças Armadas russas e da Otan que todos não só tentaram evitar, mas disseram que, em princípio, não deveria ocorrer”, disse ele.