Rússia decidirá sobre cortes de produção de petróleo em um mês
A Rússia, principal aliada da Opep no acordo para equilibrar o mercado global de petróleo, não tomará nenhuma decisão sobre o futuro dos cortes de produção do grupo antes da reunião do próximo mês.
“Faremos uma análise em um mês e definiremos nossa posição”, disse o ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, em entrevista à Bloomberg na terça-feira. Um dia antes, falando em reunião com outros ministros da Opep+, ele havia alertado que a recuperação na demanda global por petróleo desacelerou recentemente em meio às novas ondas da pandemia de coronavírus, o que aumenta a incerteza do mercado.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados têm feito cortes profundos na produção de petróleo desde abril. O grupo planeja reduzir gradualmente essas restrições de acordo com a recuperação da demanda, adicionando 1,9 milhão de barris por dia de volta ao mercado em janeiro. No entanto, o novo avanço do coronavírus coloca o grupo sob pressão para mudar esse plano.
O ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, alertou na videoconferência de segunda-feira do painel ministerial da Opep+ sobre a perspectiva “incerta” para a demanda e pediu que o grupo seja pró-ativo.
“Temos que ser capazes de tomar medidas para evitar tendências e acontecimentos negativos, para eliminá-los pela raiz”, disse.
A posição de Novak no acordo da Opep+ parece estar mudando. Há menos de uma semana, ele havia dito que o grupo pretende manter o plano de aumentar a produção a partir de janeiro.
A Reuters informou na terça-feira que a Rússia pode apoiar o adiamento da redução planejada dos cortes de produção se a situação do mercado piorar, citando fontes não identificadas do setor de petróleo do país.