Rússia condena “militarização” do Japão sob plano de defesa de Kishida
A Rússia acusou o Japão nesta quinta-feira de abandonar décadas de política pacifista e abraçar a “militarização desenfreada”, respondendo a um plano de defesa de 320 bilhões de dólares anunciado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, na semana passada.
“Pode ser visto claramente que Tóquio embarcou no caminho de uma construção sem precedentes de seu próprio poder militar, incluindo a aquisição de potencial ataque”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.
O plano de Kishida dobrará os gastos com defesa para cerca de 2% do produto interno bruto em cinco anos e tornará o Japão o terceiro país com mais gastos militares do mundo, depois dos Estados Unidos e da China.
Isso reflete a preocupação do Japão de que a invasão da Ucrânia pela Rússia estabeleça um precedente que encorajará a China a atacar Taiwan.
“Esta é uma franca rejeição da administração de F. Kishida ao desenvolvimento pacífico do país, o qual foi persistentemente declarado por gerações anteriores de políticos, e um retorno aos trilhos da militarização desenfreada”, afirmou o comunicado russo.
A Rússia disse que tal movimento “inevitavelmente provocará novos desafios de segurança e levará ao aumento da tensão na região da Ásia-Pacífico”.
As relações entre Tóquio e Moscou têm sido ofuscadas por uma disputa não resolvida sobre um grupo de ilhas do Pacífico tomadas por tropas soviéticas do Japão no final da Segunda Guerra Mundial.
Elas pioraram ainda mais desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, levando o Japão a se juntar a seus parceiros do G7 na imposição de sanções a Moscou.