Ruralistas da FPA votam contra Lula no Senado, mas com ele na Câmara, em teste para futuro da bancada
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) vai estar dividida na eleição das mesas diretoras da Câmara Federal e do Senado. Na casa dos deputados, vota com Lula. Na dos senadores, contra Lula.
Por mais que o enfrentamento seja mais acirrado para ver quem ficará na presidência do Congresso, entre o atual presidente senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ex-ministro de Bolsonaro Rogério Marinho (PL-RN), não deixa de ser um bom teste para se ver como a bancada ruralista se comportará no futuro.
Uma vez que a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) é apoiada pelo chefe de estado e, também, contará com a esmagadora maioria dos votos da bancada, já que todos os partidos do Centrão – PL, PP e Republicanos -, estão fechados com o atual presidente, assim como os da base aliada do governo.
E a FPA, que representa o agronegócio contrário ao governo, é sinônimo de Centrão, já que a esmagadora maioria dos parlamentares são desses partidos.
Dos cerca de 300 membros na nova legislatura, em estimativa do seu presidente, deputado Pedro Lupion (PP-PR), em torno de 40 dos 81 senadores são da FPA. Aqui, sim, será reproduzida a polarização Lula-Bolsonaro, com a leve vantagem que Pacheco parece apresentar.
Na Câmara, portanto, serão 260 dos 513 deputados federais, que estão próximos de Lira desde sua eleição à presidência da casa, em 2021.
Mesmo menos bolsonarista que até o segundo turno das eleições de 2022, quando Lula se consagrou ao terceiro mandato, o deputado alagoano terá que acomodar a agenda paroquial dessa bancadas – com a força do PL a frente, com 90 parlamentares -, e a agenda de interesse do governo, que, afinal, o apoia para isso.
Outro teste será como ficará a influência desse quadro na Câmara no Senado mais polarizado, sobretudo se a possível derrota de Marinho ser no fotochart.