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Rumo (RAIL3): ‘Fantasma’ do 4T21 continuará assombrando 2022, dizem analistas

18 fev 2022, 10:51 - atualizado em 18 fev 2022, 10:51
Rumo
Rumo apresentou resultados “pouco inspiradores”, afirma XP (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Rumo (RAIL3) postou resultados do quarto trimestre de 2021 “pouco inspiradores”, abaixo do que o mercado esperava, afirma a XP Investimentos.

O destaque negativo ficou para os preços mais fracos de frete, que levaram o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para R$ 419 milhões.

A receita líquida de R$ 1,5 bilhão também não bateu as projeções dos analistas. O resultado foi afetado por fatores como: queda nos volumes na Malha Norte e Malha Sul, negativamente impactados pelo milho, e estabilidade nos volumes de operação de contêineres.

Os custos com combustíveis também colocaram pressão no resultado final.

Além de Ebitda e receita abaixo do consenso, a Rumo reportou prejuízo líquido de R4 384 milhões no trimestre, revertendo o lucro de R$ 3 milhões registrados em igual período de 2020.

Guidance surpreende para o lado negativo

A Rumo também divulgou suas projeções para 2022, com expectativas de volumes de 72-76 bilhões TKU (toneladas por quilômetro útil) e Ebitda de R$ 4,1-4,5 bilhões no ano. O capex estimado está entre R$  2,7-2,9 bilhões.

A XP destaca que a projeção do Ebitda da Rumo para 2022 está aparentemente defasada em comparação ao guidance de longo prazo (R$ 7-8 bilhões até 2025).

A corretora também afirma que o guidance de Ebitda abaixo do consenso indica ventos contrários de rentabilidade para o ano.

“Acreditamos que a Rumo tenha vendido parte da capacidade de 2022, quando os preços do frete ainda não refletiam o aumento nos preços do diesel”, comentam Pedro Bruno, Lucas Laghi e Gabriela Ferrante, do time de análise da XP.

Para o Bradesco BBI, o guidance oficial veio como uma surpresa negativa para o mercado.

“Nosso Ebitda conservador de R$ 4,5 bilhões em 2022 se tornou o cenário otimista para o guidance oficial”, afirmam os analistas Victor Mizusaki e Ricardo França, em relatório divulgado pela Ágora Investimentos nesta sexta-feira (18).

Na opinião do Bradesco BBI, os números do terceiro e quarto trimestres continuarão “assombrando” os resultados da Rumo neste ano.

Rumo
Guidance para 2022 da Rumo veio abaixo das projeções (Imagem: Divulgação/ Rumo)

Apesar de tudo, “compra” reiterada

Apesar do balanço nada animador, o Bradesco BBI seguiu com a recomendação de compra da ação, com preço-alvo de R$ 25.

O rating positivo é baseado em cinco pontos:

1) uma TIR alavancada atrativa de 9% (em reais);
2) os volumes mensais podem continuar apresentando fortes números de soja;
3) a negociação de preços de frete para o milho na segunda safra pode resultar em resultados mais fortes em meados de 2022;
4) Projeto Lucas do Rio Verde potencialmente desbloqueando R$ 6/ação; e
5) o recente leilão da rodovia BR163 (Mato Grosso/Pará) deve ajudar a aumentar os preços dos fretes rodoviários e ferroviários em +7% em 2023.

A XP vê a Rumo focada em garantir sua posição de liderança no longo prazo e reiterou sua visão positiva para o nome.

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