Rumo: projeto de Lucas do Rio Verde adiciona até R$ 3 no preço por ação
O BTG Pactual (BPAC11) revisou os números do modelo de investimento da Rumo (RAIL3) após a conclusão da oferta de ações de R$ 6,4 bilhões. Além do aumento de capital, o banco aproveitou para incluir os resultados mais recentes e o pré-pagamento das taxas de concessão da Malha Paulista e da Malha Central.
“Em nosso modelo, estamos considerando que a empresa pagará um montante de R$ 5,1 bilhões (R$ 2,7 bilhões para a Malha Paulista e R$ 2,4 bilhões para a Malha Central). De acordo com nossas estimativas, o pagamento dessas concessões acrescenta um VPL (valor presente líquido) de aproximadamente R$ 4 bilhões”, avaliaram os analistas Lucas Marquiori e Ricardo Cavalieri, em relatório divulgado pelo BTG.
O banco reiterou a compra da ação e elevou o preço-alvo de R$ 27 para R$ 28 (descontando o projeto Lucas do Rio Verde). Na avaliação dos analistas, o Lucas do Rio Verde, que será a próxima prioridade da companhia depois da conclusão da Malha Paulista, teria potencial de gerar valor à Rumo e adicionaria R$ 3 ao preço-alvo do papel.
De acordo com Marquiori e Cavalieri, o projeto poderia adicionar um Ebitda líquido entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão em seu primeiro ano completo normalizado, dando continuidade à desalavancagem da empresa e reduzindo seus riscos de logística.
Negócios defensivos
Para o BTG, os negócios da Rumo são defensivos e “confirmam sua sólida tese de investimento”, pautada no crescimento das exportações de grãos do Brasil e da expansão da capacidade ferroviária em Mato Grosso (MT). Além disso, a companhia ainda está em boa posição para assumir novos projetos.
“Além de Lucas do Rio Verde, o governo também possui um arrojado pipeline de projetos ferroviários, entre eles: FIOL, FICO, Ferroeste e Ferrogrão. Vemos maiores chances de a Rumo ser competitiva na Ferroeste e na FICO”, comentaram Marquiori e Cavalieri.
O BTG projetou volumes de grãos sólidos no segundo semestre, principalmente para o milho. O banco reduziu as premissas de longo prazo, adotando um novo crescimento em volumes de 1,8% (versus 1,9%) e reduzindo o capex para 7% (contra 11%).