Rumo: esqueça a queda de 98% do lucro; uma safra recorde de grãos está por vir
A queda de 98,5% no lucro líquido no quarto trimestre não foi suficiente para mudar o otimismo dos analistas com a Rumo (RAIL3).
A companhia reportou Ebitda, que mede o resultado operacional, ajustado de R$ 776 milhões, 16% e 11% abaixo do estimado pelo Bradesco BBI e dos números de consenso.
De acordo com a Ágora Investimentos, a queda foi provocada por preços mais baixos do frete ferroviário.
A receita líquida ficou 3% abaixo do estimado pelo BBI e dos números de consenso.
O Ebitda ajustado foi 16% e 11% pior do que o projetado pelo BBI e pelo consenso, respectivamente, já que os preços de frete também caíram nas operações de contêineres.
“Acreditamos também que a Rumo está utilizando sua inteligência de mercado, reduzindo os preços para capturar o volume de milho no quarto trimestre em algumas regiões do estado de Mato Grosso“, aponta.
Já o BTG destaca que a empresa divulgou resultados ruins, abaixo das estimativas e do consenso, refletindo um ambiente mais competitivo e preços de combustível mais baixos.
Mesmo assim, a corretora continua a ver a tese de investimento da companhia como uma das melhores formas de participar do setor de infraestrutura, impulsionado por sólidos fundamentos de longo prazo.
“No futuro, esperamos que a empresa foque em sua capacidade, visando aumentar sua competitividade em regiões-chave”, afirmou.
Safra recorde à frente
A Ágora destaca que a Rumo irá se beneficiar de uma safra recorde de grãos no Brasil em 2021.
A safra de soja pode chegar a 132 milhões de toneladas (7 milhões de toneladas a mais na comparação anual). Dessas, 84 milhões de toneladas devem ser exportadas.
“Os estados de Mato Grosso e Rio Grande do Sul apresentarão crescimento nas exportações de soja, enquanto a Malha Central da Rumo está iniciando operações e irá capturar volumes de Goiás”, afirma.
Além disso, a safra de milho também deve bater novo recorde de 109 milhões de toneladas (6 milhões de toneladas a mais), com as exportações crescendo 5,7% no ano, atingindo 37 milhões de toneladas.
“Essa perspectiva positiva deve ser totalmente refletida nos números da Rumo para o segundo trimestre, já que janeiro é um mês sazonalmente fraco e fevereiro foi impactado por um atraso de 1 mês na semeadura de soja em 2020”, afirma.
E com a demanda maior, os fretes ferroviários devem ser ligeiramente mais altos.
Recomendação
A Ágora reiterou a recomendação de compra da Rumo, com preço-alvo de R$ 31, potencial de alta de 56,5%.
O BTG também tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 28.