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Rumo aos 138 mil pontos? Entenda por que o Ibovespa sobe mesmo com perspectivas de alta nos juros

29 ago 2024, 10:03 - atualizado em 29 ago 2024, 10:03
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Apesar das perspectivas de aumento da Selic no curto prazo, o Ibovespa segue uma tendência de forte alta. (Imagem: Bigc Studio/ Canva Pro)

Nos últimos 20 dias, o Ibovespa (IBOV) vem surfando em uma onda de altas que fez o principal índice da bolsa brasileira saltar de 125.270 pontos para 137.344 pontos. No mês, o IBOV já acumula valorização de 8%.

Por outro lado, as expectativas do mercado são de que a taxa Selic possa voltar a subir nas próximas reuniões –atualmente, a taxa básica de juros se encontra no patamar de 10,50% ao ano.

Ou seja, o movimento do Ibovespa não é comum. Tradicionalmente, a bolsa de valores tende a cair em momentos de aperto monetário, seja porque os investidores correm para a renda fixa ou porque setores da economia são afetados negativamente pelas altas nas taxas.

Em relatório, os analistas da XP destacam que, apesar das perspectivas de aumento da Selic no curto prazo, o Ibovespa segue uma tendência de forte alta.

“Esse desempenho positivo pode ser parcialmente explicado pelo fato de que o valuation das ações é mais impactado pelos juros de longo prazo do que pelos juros de curto prazo”, escrevem Fernando Ferreira, Jennie Li, Felipe Veiga e Júlia Aquino.

Os analistas avaliam que houve uma tendência de descompressão de riscos fiscais nos últimos meses. Além disso, o tom mais duro dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) tende a aumentar a credibilidade do órgão, indicando ao mercado a possibilidade de juros menores em prazos mais longos.

“Continuamos construtivos com a Bolsa brasileira, mas ainda de olho nos próximos passos da política econômica doméstica. Os resultados das empresas mostraram uma recuperação no 2º trimestre, e o investidor estrangeiro voltou a alocar no Brasil com o cenário global melhorando a medida que o cenário de um corte de juros nos EUA se consolida”, completam.